Na
milícia de Bolsonaro, só há lugar para um único general: ele
Dilma
era mais simples em suas idiossincrasias: queria ser chamada de presidenta.
Bolsonaro vai exigir dos novos
comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica —depois
que os anteriores bateram em retirada— que seja tratado como
comandante-em-chefe das Forças Armadas. É mais um passo no projeto "Um
exército pra chamar de meu", que já conta com adesão de parte das Polícias
Militares.
Delírio arrogante, mas ainda modesto, de quem pisa devagar para reconhecer o terreno minado. Quem sabe no futuro ele não obrigue a população a tratá-lo por Generalíssimo, como Francisco Franco na Espanha. Capitaníssimo é opção de espírito mui pobre, além de lembrar um passado a ser esquecido, envolvendo atos de indisciplina e deslealdade com superiores hierárquicos e prisão durante 15 dias.
Que
tal "El Supremo", como o ditador paraguaio no romance de Augusto Roa
Bastos? Ou mesmo, como Rafael Trujillo na República Dominicana, Benfeitor da
Pátria e Restaurador da Independência Financeira? (Este último é capaz de
despertar ciúmes no ministro Paulo Guedes.) Trujillo também era denominado "El
Chivo", mas o apelido de bode o desagradava, assim como Capitão Cloroquina
ou Bozo dá urticária em Bolsonaro.
A
obrigação de mudança no tratamento é típica de almas ressentidas, portanto uma
mensagem facilmente codificada pelos membros da seita bolsonarista. O general
Edson Pujol, ex-comandante do Exército, foi contemporâneo de Bolsonaro na
Academia Militar das Agulhas Negras. Imagine a satisfação de quem escapou de
ser expulso da corporação em humilhar aquele que alcançou o posto mais alto na
carreira.
E houve o episódio de Porto Alegre, em maio do ano passado. Sorridente e sem máscara, Bolsonaro estendeu a mão para cumprimentar Pujol, mas só recebeu em troca um toque rápido de cotovelo. Para um negacionista, não pode haver dor de cotovelo maior.
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