Revista IstoÉ
Hoje, quem está com o presidente compactua com o nazifascismo e com o genocídio
Não é nenhum exagero pensarmos já, imediatamente, no Brasil pós-Bolsonaro. A tarefa de reconstrução nacional será longa, difícil e muito complexa. O desafio inicial será o julgamento e afastamento de todos aqueles que colaboraram com o genocídio. Isso não inclui os que no processo eleitoral de 2018 julgaram encontrar em Bolsonaro uma opção eleitoral. Deve ser recordado os diversos problemas relacionados com os governos do PT — e foram quatro — que acabaram se acumulando e gerando uma profunda insatisfação com a elite política e o funcionamento dos poderes constituídos. O desejo de renovação deve ser louvado. A questão é que, em 2018, oportunistas, extremistas e reacionários, se aproveitaram do momento para travestir seu ideário político e se identificar, provisoriamente, com o sentimento popular. Logo mostraram sua cara. Por outro lado, aliados de Bolsonaro com o passar do tempo, foram se desiludindo, inclusive aqueles que chegaram a fazer parte do seu governo.
Hoje, os que estão com Bolsonaro, estão com
o nazifascismo, com o genocídio. Fazem parte dos fanáticos, que, muito longe da
racionalidade política, continuam apoiando um presidente que conspira
diuturnamente contra a Constituição, as liberdades democráticas e o ordenamento
legal republicano. Há aqueles que estão se locupletando financeiramente com a
maior tragédia sanitária da história do Brasil, em especial concessionários de
rádio e televisão. Como é do conhecimento de todos, são apenas concessionários
de um serviço público. Sendo assim, deveriam seguir determinadas regras, ao
menos de respeito à Constituição. Contudo, boa parte deles se especializaram em
produzir e repercutir fake news, sendo, portanto, participantes da tragédia
sanitária e do esgarçamento constitucional.
Uma tarefa primordial do Brasil
pós-Bolsonaro é de rever o modelo destas concessões e criar um serviço, sob
responsabilidade da sociedade civil, para monitorar o funcionamento das
emissoras de rádio e televisão. Vale destacar, que isto não significa qualquer
forma de censura, mas somente um esforço de acompanhamento dos concessionários
e se estão cumprindo os dispositivos legais.
A pandemia é um aprendizado. Teremos, além de rever as concessões, de examinar todos os casos de aproveitadores desta tragédia, tanto no campo político, como no econômico. É necessário não empurrar toda esta sujeira para baixo do tapete junto com 550 mil cadáveres. Uma “conciliação” deste tipo vai abrir caminho para mais uma catástrofe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário