Cristiane Agostine - Valor Econômico
A avaliação negativa do governo Jair
Bolsonaro chegou ao pior índice desde o início do mandato
A avaliação negativa do governo Jair
Bolsonaro chegou ao pior índice desde o início do mandato e 55% consideram a
gestão como ruim ou péssima, segundo pesquisa Ipespe, encomendada pela XP e
divulgada ontem.
O governo Bolsonaro é visto como bom ou
ótimo por 23% dos entrevistados e regular por 18%.
A desaprovação ao governo também bateu novo
recorde, de 64%. Na pesquisa anterior, de agosto, era de 63%. A aprovação, que
era de 29%, oscilou para 30% e 6% não responderam.
O levantamento do Ipespe mostra um quadro
semelhante ao registrado pelo Datafolha entre os dias 13 e 15, com a reprovação
recorde de Bolsonaro, de 53%.
Na pesquisa divulgada ontem, a maioria da
população apoia o impeachment do presidente neste momento: 51% são a favor e
45% contra. Dos entrevistados, 4% não responderam.
A população tem uma confiança maior nas Forças Armadas (58%), na Igreja Católica (57%) e na imprensa (38%) do que no presidente da República (33%). A instituição com melhor avaliação é a ONU, com a confiança de 59%. Em último lugar na escala estão os partidos políticos, com apenas 9% da população declarando confiança.
O Supremo Tribunal Federal (STF), um dos
alvos preferenciais dos ataques do presidente Bolsonaro, registrou uma
avaliação negativa maior do que positiva. Dos entrevistados, 37% consideram a
atuação dos ministros do STF como ruim ou péssima, 28% como regular e 30% como
ótima ou boa, e 5% não responderam. A imagem piorou desde maio de 2019, quando
32% avaliaram como ruim ou péssima, 39% como regular e 21%, ótima ou boa.
A pesquisa foi realizada por telefone entre
os dias 22 e 24 de setembro, com mil pessoas acima de 16 anos. A margem de erro
é de 3,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com um intervalo de
confiança de 95,5%.
O Ipespe questionou também os entrevistados
sobre a disputa presidencial de 2022.
A um ano da eleição, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva lidera nos dois cenários testados pelo instituto no
primeiro turno, e venceria o presidente Jair Bolsonaro no segundo turno por 50%
a 31%.
No primeiro turno, Lula está à frente, com
folga em relação aos demais candidatos, nos dois cenários eleitorais da
pesquisa. No primeiro cenário, com menos candidatos da centro-direita, o
ex-presidente petista tem 43%, seguido por Bolsonaro, com 28% e pelo
ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 11%. O governador João Doria (PSDB) tem 5%, o
ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, (DEM), 4%, e o presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco (DEM-MG), 2%. Votos em branco, nulo ou em nenhum dos
pré-candidatos somam 7%.
No segundo cenário, mais pulverizado, Lula
tem 42% e Bolsonaro, 25%. Ciro aparece com 9% e o ex-ministro Sergio Moro tem
7%. Mandetta, o apresentador Datena (PSL) e o governador Eduardo Leite (PSDB)
têm 3% cada. Os senadores Simone Tebet (MDB-MS) e Rodrigo Pacheco registram 1%
cada. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) não pontuou. Votos em branco,
nulo ou em nenhum desses nomes somam 5% e 1% não respondeu.
Apesar de bater recorde de desaprovação de
seu governo, Bolsonaro ampliou suas intenções de voto de 24% para 28%, na
comparação com a pesquisa anterior, de agosto. Lula também aumentou suas
intenções de voto, oscilando de 40% para 43%.
Em maio, Lula e Bolsonaro estavam empatados
com 29% de intenção de voto cada. Desde então, o petista só aumentou até chegar
aos 43% registrados neste mês. Bolsonaro caiu em junho e julho e só agora se
recuperou na disputa do primeiro turno.
O cenário de disputa pelo segundo turno
mostra que Lula tem conseguido ampliar sua diferença em relação a Bolsonaro
desde maio, quando o petista tinha 42% e o presidente, 40%. O petista só
aumentou e chegou agora a 50%, enquanto as intenções de voto de Bolsonaro
caíram mês a mês e agora estão em 31%.
A atuação de Bolsonaro para enfrentar a
pandemia é reprovada pela maioria da população e chega a 58% de ruim ou
péssimo. Dos entrevistados, 22% consideram ótima ou boa e 18% regular.
A maioria da população teme o racionamento
de energia nos próximos meses e 69% acreditam que “com certeza” ou
“provavelmente” enfrentarão o problema.
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