O Estado de S. Paulo
Quem é bobo? Quem acredita que não houve motivação política no assassinato do petista Arruda?
Ao ouvir o discurso do presidente Jair
Bolsonaro na promulgação da PEC da reeleição, na quinta-feira, fazendo loas às
mulheres e aos nordestinos, uma moça simples, mas bem informada, comentou: “Ele
acha que todo mundo é bobo? Que a gente acredita em qualquer coisa?” Mulher e
nordestina, sim, mas não petista nem esquerdista, ela é apenas mais uma
desencantada com tudo que está aí.
As mesmas perguntas valem para a conclusão meteórica de que o assassinato do petista Marcelo Arruda pelo bolsonarista Jorge Guaranho não teve motivação política. Todo mundo é bobo? Quem acredita numa coisa dessas? A perplexidade foi geral, no mundo político e jurídico, inclusive pela gritante coincidência entre a narrativa dos advogados do assassino, a versão dos policiais do Paraná e o discurso do presidente Jair Bolsonaro, do vice Hamilton Mourão e do governo, de que foi crime comum.
Do início ao fim, a história é cristalina,
confirmada em vídeos e por inúmeras testemunhas: o ódio, a intenção e a morte
tiveram motivação política. O assassino estava num churrasco quando viu, por
celular, imagens da festa de Marcelo Arruda, com camiseta e pôster do
ex-presidente Lula. Nem sabia quem era, não tinha nenhuma pendência com ele,
mas virou uma fera, remoendo o ódio, porque Arruda, como muitos milhões de
brasileiros, era petista.
Guaranho pôs no carro a mulher e seu filho
bebê e foi à festa para provocar, confrontar e, já nessa primeira ida, apontou
a arma para o aniversariante ao ter o carro alvejado por um punhado de areia e
avisou que voltaria, para “acabar com vocês”. Voltou e acabou com a vida de
Marcelo Arruda. Em nenhum minuto algo contradiz a motivação política.
Como o assassinato não pode ser
caracterizado como “crime político” pelo Código Penal, o que importa do ponto
de vista jurídico é que o artigo 121 aumenta a pena para 12 a 30 anos de prisão
em caso de “crime qualificado por motivo torpe”, já apontado pelo inquérito
paranaense. O problema é outro: político e eleitoral.
A pressa para concluir o inquérito, focar
as conclusões no depoimento da mulher do assassino e jogar para o alto qualquer
prurido para descartar a óbvia motivação política deixam dúvidas e suspeitas
incômodas sobre conveniências eleitorais no processo.
Algo cheira mal nessa história, quando o
governo de plantão não se avexa em implodir a lei eleitoral, a responsabilidade
fiscal, o teto de gastos, Coaf, Receita, Ibama, a Cultura e até a Polícia
Federal e o apartidarismo das Forças Armadas por uma reeleição a qualquer
custo: até das instituições, da confiança nas eleições e da própria democracia.
5 comentários:
Está batendo desespero a vergonha você perdeu a muito tempo
É , ainda por cima crime com predimen- t ação .!Só mesmo um besta4 brigaria por causa dessa íngua chamada Bolsonaro.
Esse cara é uma maldição e vai levar uma surra até perder o rumo de casa
Pe de palhaço, sorriso de palhaço cara de palhaço então só pode ser palhaço
Eu também gosto de chamar o Bozo de palhaço,mas é uma injustiça com a arte circense,o coiso é um ''palhaçote'' perigosíssimo.
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