DEU EM O GLOBO
Lula terá de interferir para resolver crise entre os partidos, divididos entre Hélio Costa e Fernando Pimentel
Maria Lima e Fábio Fabrini
BRASÍLIA. Deve cair no colo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a missão de desarmar a bomba da crise mineira, que pode implodir a aliança nacional com o PMDB para dar sustentação à candidatura de Dilma Rousseff. O PMDB ameaça não fazer a convenção marcada para o dia 12, para formalizar a aliança com o PT, se o PT de Minas não apoiar o candidato do partido ao governo local, o senador Hélio Costa. A disputa ganhou um complicador ontem, com o vazamento do resultado da pesquisa encomendada ao Instituto Sensus pelo PT, que deu empate técnico entre o petista Fernando Pimentel e Hélio Costa.
Além do empate, Pimentel tem a menor rejeição, o que torna mais difícil para o PT enquadrálo internamente.
Enquanto o PT de Minas resiste na trincheira comandada pelo ex-prefeito, em Brasília a cúpula do PMDB se reuniu ontem na casa do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDBSP), e se preparou para a guerra.
Pelo que ficou acordado lá atrás, PT e PMDB encomendariam pesquisas para ver quem estaria mais bem posicionado nas intenções de votos.
O resultado da pesquisa PMDB/Ibope será conhecido hoje. Mas o resultado da consulta espontânea da pesquisa PT/Sensus, com 1.500 eleitores, mostrou os três candidatos embolados: Pimentel com 10 %, Antonio Anastasia (PSDB) com 9% e Hélio Costa (PMDB) com 7%. A margem de erro é de 2,5%.
Na direção do PT, situação difícil para Pimentel A sondagem ficou pronta na segunda-feira e, segundo fontes do PT que tiveram acesso ao resultado, a pesquisa estimulada (quando os nomes são apresentados ao eleitor) indica ascendência de Anastasia. O petista e o peemedebista estão no mesmo patamar: num cenário, Pimentel tem 32,3%, contra 24% do tucano. No outro, Costa aparece com 35%, ante 22,9% do governador, apoiado por Aécio. Pimentel ganha pontos porque tem a menor rejeição que o peemedebista: 17%, contra 27% de Costa, e 16% de Anastasia.
No Twitter, Costa demonstrou ontem seu descontentamento com a divulgação antecipada dos dados: “Antes de ser apresentada oficialmente, pesquisa da Sensus vaza e números são divulgados sem critério técnico, confundindo leitura”.
A cúpula do PMDB, como disse Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está disposta a brigar pela cabeça de chapa para Costa, independentemente de pesquisas. E espera que o PT enquadre Pimentel, que, avaliam, está “esticando” a corda.
Do almoço na casa de Temer participaram o líder do governo no Senado, Romero Jucá(RR), o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), o presidente do Senado, José Sarney (AP), o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), Costa e os deputados Eunício Oliveira (CE) e Antonio Andrade (MG).
— Dia 12 temos que fazer a convenção com isso resolvido.
O PT sabe que isso é condição para a convenção se realizar e vai dar um jeito de resolver.
Institucionalmente o PT está tendo juízo, mas pode faltar a alguns isoladamente — disse Jucá, após a reunião.
Na direção do PT e do comando da campanha de Dilma, o clima não é bom para Pimentel.
O secretário nacional de comunicação do partido, André Vargas, avisa que até o dia 7, se ele não se entender com Costa, a decisão será trazida para Brasília: — Ou eles se entendem, ou vamos fazer o entendimento.
Para nós, do PT nacional, o empate nessa pesquisa é pró-Hélio.
O PT tem um compromisso com Hélio Costa. Espero que Dilma converse com Pimentel. Ele não pode ter comportamento de líder estudantil. Dirigente nacional não pode ter comportamento paroquial.
Previdência: Dilma nega que tenha sugerido mudanças O presidente do PT mineiro, deputado Reginaldo Lopes, rebate, argumentando que a base aliada definiu um procedimento para a escolha do candidato, com base no resultado de pesquisas quantitativas e qualitativas, além da consulta aos partidos parceiros. Os petistas alegam que PR, PCdoB, PSB e e PRB preferem o ex-prefeito, além de uma grande parcela do PMDB, ligada ao ex-governador Newton Cardoso, que perdeu o controle da legenda para o grupo de Costa.
— Se todo o conjunto de fatores indicar Pimentel, eu exijo respeito da direção nacional — avisa Lopes.
Enquanto as alianças se complicam em Minas, a assessoria de Dilma Rousseff negou que a pré-candidata tenha sugerido mudanças nas regras para aposentadoria, durante seminário da Revista Exame, anteontem em São Paulo.
Segundo a nota, que reproduz suas declarações de anteontem, a ex-ministra apenas comentou a questão do bônus demográfico no Brasil, não propôs mudança no tempo de contribuição para aposentadoria.
Lula terá de interferir para resolver crise entre os partidos, divididos entre Hélio Costa e Fernando Pimentel
Maria Lima e Fábio Fabrini
BRASÍLIA. Deve cair no colo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a missão de desarmar a bomba da crise mineira, que pode implodir a aliança nacional com o PMDB para dar sustentação à candidatura de Dilma Rousseff. O PMDB ameaça não fazer a convenção marcada para o dia 12, para formalizar a aliança com o PT, se o PT de Minas não apoiar o candidato do partido ao governo local, o senador Hélio Costa. A disputa ganhou um complicador ontem, com o vazamento do resultado da pesquisa encomendada ao Instituto Sensus pelo PT, que deu empate técnico entre o petista Fernando Pimentel e Hélio Costa.
Além do empate, Pimentel tem a menor rejeição, o que torna mais difícil para o PT enquadrálo internamente.
Enquanto o PT de Minas resiste na trincheira comandada pelo ex-prefeito, em Brasília a cúpula do PMDB se reuniu ontem na casa do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDBSP), e se preparou para a guerra.
Pelo que ficou acordado lá atrás, PT e PMDB encomendariam pesquisas para ver quem estaria mais bem posicionado nas intenções de votos.
O resultado da pesquisa PMDB/Ibope será conhecido hoje. Mas o resultado da consulta espontânea da pesquisa PT/Sensus, com 1.500 eleitores, mostrou os três candidatos embolados: Pimentel com 10 %, Antonio Anastasia (PSDB) com 9% e Hélio Costa (PMDB) com 7%. A margem de erro é de 2,5%.
Na direção do PT, situação difícil para Pimentel A sondagem ficou pronta na segunda-feira e, segundo fontes do PT que tiveram acesso ao resultado, a pesquisa estimulada (quando os nomes são apresentados ao eleitor) indica ascendência de Anastasia. O petista e o peemedebista estão no mesmo patamar: num cenário, Pimentel tem 32,3%, contra 24% do tucano. No outro, Costa aparece com 35%, ante 22,9% do governador, apoiado por Aécio. Pimentel ganha pontos porque tem a menor rejeição que o peemedebista: 17%, contra 27% de Costa, e 16% de Anastasia.
No Twitter, Costa demonstrou ontem seu descontentamento com a divulgação antecipada dos dados: “Antes de ser apresentada oficialmente, pesquisa da Sensus vaza e números são divulgados sem critério técnico, confundindo leitura”.
A cúpula do PMDB, como disse Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está disposta a brigar pela cabeça de chapa para Costa, independentemente de pesquisas. E espera que o PT enquadre Pimentel, que, avaliam, está “esticando” a corda.
Do almoço na casa de Temer participaram o líder do governo no Senado, Romero Jucá(RR), o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), o presidente do Senado, José Sarney (AP), o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), Costa e os deputados Eunício Oliveira (CE) e Antonio Andrade (MG).
— Dia 12 temos que fazer a convenção com isso resolvido.
O PT sabe que isso é condição para a convenção se realizar e vai dar um jeito de resolver.
Institucionalmente o PT está tendo juízo, mas pode faltar a alguns isoladamente — disse Jucá, após a reunião.
Na direção do PT e do comando da campanha de Dilma, o clima não é bom para Pimentel.
O secretário nacional de comunicação do partido, André Vargas, avisa que até o dia 7, se ele não se entender com Costa, a decisão será trazida para Brasília: — Ou eles se entendem, ou vamos fazer o entendimento.
Para nós, do PT nacional, o empate nessa pesquisa é pró-Hélio.
O PT tem um compromisso com Hélio Costa. Espero que Dilma converse com Pimentel. Ele não pode ter comportamento de líder estudantil. Dirigente nacional não pode ter comportamento paroquial.
Previdência: Dilma nega que tenha sugerido mudanças O presidente do PT mineiro, deputado Reginaldo Lopes, rebate, argumentando que a base aliada definiu um procedimento para a escolha do candidato, com base no resultado de pesquisas quantitativas e qualitativas, além da consulta aos partidos parceiros. Os petistas alegam que PR, PCdoB, PSB e e PRB preferem o ex-prefeito, além de uma grande parcela do PMDB, ligada ao ex-governador Newton Cardoso, que perdeu o controle da legenda para o grupo de Costa.
— Se todo o conjunto de fatores indicar Pimentel, eu exijo respeito da direção nacional — avisa Lopes.
Enquanto as alianças se complicam em Minas, a assessoria de Dilma Rousseff negou que a pré-candidata tenha sugerido mudanças nas regras para aposentadoria, durante seminário da Revista Exame, anteontem em São Paulo.
Segundo a nota, que reproduz suas declarações de anteontem, a ex-ministra apenas comentou a questão do bônus demográfico no Brasil, não propôs mudança no tempo de contribuição para aposentadoria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário