DEU EM O GLOBO
Tucanos dizem que Eduardo Jorge também foi investigado pelos arapongas; petistas respondem apenas com ironia
Gerson Camarotti e Maria Lima
BRASÍLIA. O PSDB reagiu ontem e cobrou explicações da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, sobre a tentativa de integrantes da campanha petista de divulgar um suposto dossiê cujo alvo principal seria Verônica Serra, filha do pré-candidato tucano, José Serra. A cúpula tucana tem informações de que a ação teria sido mais ampla e que o outro alvo seria Eduardo Jorge Caldas Pereira, ex-secretário-geral da Presidência no governo Fernando Henrique e hoje secretárioexecutivo do PSDB. Segundo tucanos, ele teve contas vasculhadas.
O PT e o comando da campanha de Dilma negam a existência do dossiê.
— As informações que temos são de que a arapongagem petista é muito mais ampla do que apareceu até agora. O surgimento de dossiês é gravíssimo e comprometedor. Desta vez, Dilma não pode pedir ajuda de Erenice Guerra (chefe da Casa Civil).
Na verdade, Dilma tem que explicar por que a equipe dela montou um grupo de espiões e arapongas. Ela está na obrigação de afirmar o que fizeram, como fizeram e com qual objetivo — cobrou o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, completando: — Dilma tem que agir rápido, até por causa do episódio comprometedor do dossiê da Casa Civil contra dona Ruth Cardoso (no escândalo do cartão corporativo).
Se querem conturbar a eleição nos ameaçando, estão perdendo tempo. Falsos dossiês são coisa de gente que não tem compromisso democrático.
Dilma tem que falar.
A direção nacional do DEM divulgou nota condenando o que chamou de baixaria na campanha de Dilma. A nota, assinada pelo deputado Rodrigo Maia (RJ), condena a montagem de dossiês por integrantes da campanha adversária. “É do conhecimento público que os profissionais da ilegalidade do comitê de Dilma criaram uma lista de alvos que é encabeçada pelo ex-governador José Serra, candidato à Presidência da República.
Não é a primeira vez que assessores do governo tentam derrotar José Serra com manobras sujas”, diz a nota.
José Dirceu é chamado para tentar resolver crise petista Já no PT, por determinação do Planalto, a cúpula do partido e da campanha agiu para esfriar a crise interna. Esteve ontem em Brasília, para conversas reservadas, o ex-ministro José Dirceu, que tem grande influência na máquina partidária. À tarde, ele tratou da crise em um longo encontro com Dilma. Há no comando da campanha a convicção de que a queda de braço entre o grupo próximo a Dilma, representado pelo exprefeito Fernando Pimentel, e o grupo ligado à máquina do PT, representado pelo deputado Rui Falcão (SP), pode criar prejuízos eleitorais.
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, ironizou o episódio em mensagem no Twitter: “O GLOBO informa mais uma crise na campanha da Dilma. Deve ser horrível participar de campanha com tantas crises.” O secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR), disse que tudo é lorota e que, se tem gente do PT falando, “é quem está tangenciado, querendo entrar na campanha.” — A ordem da campanha é não fazer dossiês. Não precisamos desconstruir o Serra, ele se desconstrói sozinho. Não queremos saber se ele tem filhos, se é gay, nada disso. Estamos subindo, acertando em tudo. Por que brigar com Serra? Estamos blindados contra isso. Se tem alguém fazendo, não é por ordem da campanha, não é gente da campanha — disse Vargas.
O deputado Jorge Bittar (PTRJ) alertou que o episódio serve para evitar problemas futuros: — Se ocorreu esse problema do dossiê, reflete mais divergências pessoais sob a maneira de conduzir a campanha do que conflito entre grupos. É bom que isso aconteça agora para evitar problemas futuros.
Como reflexo da crise, o comando petista dá como certa a saída da campanha do jornalista Luiz Lanzetta, contratado para a área de comunicação. Indicado por Pimentel, ele é apontado como envolvido na montagem do dossiê. Procurado pelo GLOBO, Lanzetta não retornou.
Tucanos dizem que Eduardo Jorge também foi investigado pelos arapongas; petistas respondem apenas com ironia
Gerson Camarotti e Maria Lima
BRASÍLIA. O PSDB reagiu ontem e cobrou explicações da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, sobre a tentativa de integrantes da campanha petista de divulgar um suposto dossiê cujo alvo principal seria Verônica Serra, filha do pré-candidato tucano, José Serra. A cúpula tucana tem informações de que a ação teria sido mais ampla e que o outro alvo seria Eduardo Jorge Caldas Pereira, ex-secretário-geral da Presidência no governo Fernando Henrique e hoje secretárioexecutivo do PSDB. Segundo tucanos, ele teve contas vasculhadas.
O PT e o comando da campanha de Dilma negam a existência do dossiê.
— As informações que temos são de que a arapongagem petista é muito mais ampla do que apareceu até agora. O surgimento de dossiês é gravíssimo e comprometedor. Desta vez, Dilma não pode pedir ajuda de Erenice Guerra (chefe da Casa Civil).
Na verdade, Dilma tem que explicar por que a equipe dela montou um grupo de espiões e arapongas. Ela está na obrigação de afirmar o que fizeram, como fizeram e com qual objetivo — cobrou o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, completando: — Dilma tem que agir rápido, até por causa do episódio comprometedor do dossiê da Casa Civil contra dona Ruth Cardoso (no escândalo do cartão corporativo).
Se querem conturbar a eleição nos ameaçando, estão perdendo tempo. Falsos dossiês são coisa de gente que não tem compromisso democrático.
Dilma tem que falar.
A direção nacional do DEM divulgou nota condenando o que chamou de baixaria na campanha de Dilma. A nota, assinada pelo deputado Rodrigo Maia (RJ), condena a montagem de dossiês por integrantes da campanha adversária. “É do conhecimento público que os profissionais da ilegalidade do comitê de Dilma criaram uma lista de alvos que é encabeçada pelo ex-governador José Serra, candidato à Presidência da República.
Não é a primeira vez que assessores do governo tentam derrotar José Serra com manobras sujas”, diz a nota.
José Dirceu é chamado para tentar resolver crise petista Já no PT, por determinação do Planalto, a cúpula do partido e da campanha agiu para esfriar a crise interna. Esteve ontem em Brasília, para conversas reservadas, o ex-ministro José Dirceu, que tem grande influência na máquina partidária. À tarde, ele tratou da crise em um longo encontro com Dilma. Há no comando da campanha a convicção de que a queda de braço entre o grupo próximo a Dilma, representado pelo exprefeito Fernando Pimentel, e o grupo ligado à máquina do PT, representado pelo deputado Rui Falcão (SP), pode criar prejuízos eleitorais.
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, ironizou o episódio em mensagem no Twitter: “O GLOBO informa mais uma crise na campanha da Dilma. Deve ser horrível participar de campanha com tantas crises.” O secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR), disse que tudo é lorota e que, se tem gente do PT falando, “é quem está tangenciado, querendo entrar na campanha.” — A ordem da campanha é não fazer dossiês. Não precisamos desconstruir o Serra, ele se desconstrói sozinho. Não queremos saber se ele tem filhos, se é gay, nada disso. Estamos subindo, acertando em tudo. Por que brigar com Serra? Estamos blindados contra isso. Se tem alguém fazendo, não é por ordem da campanha, não é gente da campanha — disse Vargas.
O deputado Jorge Bittar (PTRJ) alertou que o episódio serve para evitar problemas futuros: — Se ocorreu esse problema do dossiê, reflete mais divergências pessoais sob a maneira de conduzir a campanha do que conflito entre grupos. É bom que isso aconteça agora para evitar problemas futuros.
Como reflexo da crise, o comando petista dá como certa a saída da campanha do jornalista Luiz Lanzetta, contratado para a área de comunicação. Indicado por Pimentel, ele é apontado como envolvido na montagem do dossiê. Procurado pelo GLOBO, Lanzetta não retornou.
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