Francine De Lorenzo
SÃO PAULO - O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria de
transformação paulista caiu 0,5% em março, na comparação dessazonalizada com
fevereiro, segundo pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp). Na comparação com março de 2011, o INA caiu 4%. Como reflexo da
retração, a indústria trabalhou com menor ociosidade. Em março, o nível de
utilização da capacidade instalada (Nuci) ficou em 81,4%, com ajuste sazonal,
abaixo dos 82,1% de fevereiro.
A estagnação da indústria de transformação de São Paulo abrange todos os
setores, segundo Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos
Econômicos (Depecon) da Fiesp. "Não há um setor com desempenho melhor ou
pior que a média. A indústria está parada, sem que se destaquem setores que
puxem o conjunto para cima ou para baixo." Em crises anteriores era
possível perceber um ou outro segmento que dava fôlego à indústria, o que não
acontece desta vez, diz Francini.
A indústria automobilística, embora tenha avançado 5,9% entre fevereiro e o
mês passado, acumula queda de 4,4% nos 12 meses encerrados em março. Neste
período, a indústria de transformação paulista se contraiu 1,8%.
Os esforços do governo para reativar a indústria de transformação não serão
capazes de promover um novo ciclo de crescimento no setor ainda neste ano,
avalia Francini, que estima estagnação para o setor em São Paulo e no país.
"Só deveremos ver melhora no começo do segundo semestre. Há vários fatores
que favorecem uma recuperação da indústria, mas os efeitos não são imediatos",
disse, citando como exemplo a redução na taxa básica de juros, a valorização do
real ante o dólar e a pressão para queda do spread bancário.
A Fiesp prevê que a economia brasileira crescerá 2,6% neste ano, com a
indústria se expandindo 1,4% no período. No primeiro trimestre, a estimativa é
de que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha aumentado 0,7% em relação ao quarto
trimestre de 2011, com ajuste.
FONTE: VALOR ECONÔMICO
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