sábado, 22 de setembro de 2012

Lá vem o Patto !!! – Urbano Patto


O julgamento do mensalão e a filosofia.


Por uma ironia do destino o processo do mensalão está indo em direção da condenação de ampla maioria dos réus na medida em que o modo de construir o entendimento dos fatos responde claramente a uma método dialético de pensamento.



O ministro relator ao conduzir o julgamento "fatiado" promove a análise dos fatos, através das provas, dos depoimentos, das perícias, porém não se restringe a eles. Constrói também suas conclusões com as contradições, com as negações compondo assim uma síntese na qual o todo é muito maior que a simples soma das partes.



Por outro lado, o posicionamento e o método apresentado pela defesa tem manifesta abordagem metafísica, tentando tratar as mesmos fatos, provas perícias e depoimentos como acontecimentos isolados e com essência e explicação em si mesmos, que não devem ser cotejados entre si para criar novos entendimentos e conclusões.



Qual será o próxima grande questão? Uma vez que já foi comprovado e decidido que nos núcleos financeiro, publicitário e político houve crimes de peculato, corrupção passiva, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro vai se indagar, necessariamente, quem foram os corruptores ativos e como esse esquema sofisticado ficou de pé e funcionando pelo tempo que ficou.



Dialeticamente, não haverá muita opção a não ser continuar a compreender o processo (em todos os sentidos) em sua totalidade, com suas contradições e mediações.


O que é interessante é que esse "jeitão" dialético de análise das coisas sempre foi muito vinculado às forças de esquerda e as abordagens metafísicas têm historicamente uma carga forte de conservadorismo e da direita.


O que não surpreende é que a defesa dos réus acusados de corrupção ativa e chefia da quadrilha, nomeados pela denúncia da Procuradoria e assim analisado pelo relator - José Dirceu, Delúbio, Genoino e Silvio Pereira - todos da cúpula do PT, se baseiem em pura metafísica. Profundamente direitista e conservadora, pois parece ser dessa vertente os valores éticos e políticos que lhes sobrou.



Não há corrupção de direita ou de esquerda. Há corrupção - que seja punida!




Urbano Patto é Arquiteto-Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, Secretário do Partido Popular Socialista - PPS - de Taubaté e membro Conselho Fiscal do PPS do Estado de São Paulo. Comentários, sugestões e críticas para urbanopatto@hotmail.com

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