Fernando Rodrigues
BRASÍLIA - O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, atacou ontem o
conteúdo da nota divulgada por partidos governistas nesta semana acusando a
oposição de "recorrer a práticas golpistas".
Para o tucano, trata-se de reação do PT e de seus aliados ao baixo desempenho
em pesquisas deste ano. A nota visou preservar a imagem do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva dos efeitos do julgamento do mensalão.
Em entrevista à Folha e ao UOL, o presidente do PSDB afirmou que o texto é uma
"bobagem completa" e Lula "não é o dono do povo" -pois
estaria coletando fracassos em grandes capitais.
Os discursos de Lula a favor de seus candidatos são "um negócio sem pé
nem cabeça", diz Guerra. "Pessoal, rancoroso. Um ex-presidente da
República não devia nem podia agir assim."
Para o tucano, Lula se excede: "É um sentimento de que é dono do povo.
Isso não é uma boa ideia. Até se, por acaso, ele tiver, e tem, uma popularidade
relevante, a melhor atitude é de ter, diante disso, humildade e não arrogância.
Acha que tudo pode ser enfrentado, inclusive a verdade".
Guerra disse esperar que o PSDB eleja 900 prefeitos neste ano. Em 2008,
foram cerca de 800. "Vamos crescer. Principalmente nos centros de mais de
200 mil eleitores, os que têm de 150 mil a 200 mil eleitores. Nos quais a gente
vai crescer, o PT vai diminuir", afirmou Guerra.
O dirigente do PSDB considera que nas eleições municipais deste ano haverá
um movimento de entrada do PT em cidades menores, nas quais a sigla nunca
conseguiu se estabelecer de maneira robusta. "O PT se empurra. Ele próprio
se movimenta nas direções dos grotões."
Sobre a disputa pelo Planalto em 2014, o PSDB estaria hoje entre dois nomes,
disse Sérgio Guerra: os senadores Aécio Neves (MG) e Álvaro Dias (PR).
Derrotado nas eleições presidenciais de 2002, 2004 e 2010, o partido agora
teria de rever seu "erro" de não ter promovido o "legado de
FHC".
FONTE: FOLHA DE S.
PAULO
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