Líder nas pesquisas na capital do Amazonas, ex-senador que liderou oposição
a Lula diz que, "confirmada derrota de Serra", seu eventual êxito
será simbólico
Alfredo Junqueira
MANAUS - O candidato do PSDB à prefeitura de Manaus, Artur Virgílio, afirmou
que, se vencer no 2.º turno - ele lidera as pesquisas de intenção de voto -,
esse será o resultado mais simbólico para os tucanos nas eleições deste ano. Em
entrevista ao Estado, o ex-senador e líder da oposição nos oito anos do governo
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou uma eventual derrota do
candidato tucano em São Paulo, José Serra.
"Se for confirmada a derrota do Serra, (a minha vitória) é a mais simbólica
para o partido", afirmou Virgílio anteontem. "Digo isso com pesar
porque tenho uma consideração muito grande pelo Serra, tenho respeito, pessoal
e intelectual, por ele. Carinho também. Mas são os aprendizados que a história
de um povo oferece. São Paulo precisa disso, talvez. Ameaçou ir de (Celso)
Russomanno (candidato derrotado do PRB), está indo agora de (Fernando) Haddad.
"Meno male", né?", afirmou o candidato do PSDB em Manaus.
De acordo com sondagens realizadas pelo Ibope e outros institutos locais na
semana passada, o ex-senador lidera a disputa e venceria a eleição com 70% dos
votos válidos, em média. Sua adversária, segundo essas pesquisas, a senadora
Vanessa Grazziotin (PC do B), ficaria na faixa dos 30%. Na noite de
segunda-feira, a candidata do PC do B contou com o reforço da presidente Dilma
Rousseff, que esteve em Manaus para participar de um comício que reuniu cerca
de 40 mil pessoas, conforme estimativa dos organizadores. A Polícia Militar
estimou em 30 mil pessoas o público do comício.
Aécio. Com liderança folgada nas
pesquisas, o tucano recebe hoje para um comício o senador e possível candidato
do PSDB à Presidência da República em 2014, Aécio Neves (MG). Antes, o tucano
mineiro visita São Luís, no Maranhão, onde o partido disputa o segundo turno
com João Castelo.
Aécio tem rodado o País para fazer campanha com candidatos aliados e,
consequentemente, tornar-se mais conhecido do eleitorado de fora de Minas
Gerais para suas pretensões em 2014.
De acordo com Virgílio, a presença do presidenciável mineiro em Manaus é o
reconhecimento do partido da importância de sua vitória. Algo que, segundo ele,
não ocorreu em 2010.
Nas eleições daquele ano, Virgílio foi derrotado em sua tentativa de se
reeleger ao Senado. Perdeu justamente para Vanessa e para o ex-governador e
principal líder político do Amazonas atualmente, Eduardo Braga (PMDB) - líder
do governo no Senado. Um dos principais críticos do governo Lula no período em
que estava no Congresso, o tucano atribui à atuação do ex-presidente a responsabilidade
pela sua derrota.
"A vinda do Aécio não é apenas para agregar. Trata-se mais de o partido
participar de uma eleição que tem um peso simbólico muito forte. Algo que não
foi compreendido muito bem em 2010", afirmou o candidato tucano.
"Naquela ocasião, era simbólico para o Lula me derrotar e não foi
simbólico para o partido me preservar", lamentou Virgílio.
Mágoa. De acordo com ele, a
derrota em 2010 "azedou" sua relação com a direção do partido.
"Acho que depois de todo mundo fazer esforço e o resultado ser negativo,
tudo bem. Mas tratar a candidatura do líder da oposição por oito anos, que
tinha sido líder do governo e secretário-geral da Presidência da República do
governo tucano, que tinha sido secretário-geral do partido por três anos, como algo
sem importância, não dá para entender", reclamou o candidato.
Fonte:
O Estado de S. Paulo
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