quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Para Serra, PT evita parcerias para 'empregar companheiros'


Haddad diz que não acabará com convênios com organizações sociais na Saúde

SÃO PAULO - Em nova ofensiva contra o adversário Fernando Haddad (PT) no caso das parcerias da prefeitura com organizações sociais (OS), o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, disse ontem que o PT é contrário à medida porque quer "empregar companheiros" na administração municipal. A gestão de hospitais públicos por entidades filantrópicas tem sido, desde a semana passada, tema de confronto entre os dois candidatos. Serra está 17 pontos atrás de Haddad, segundo o Datafolha.

Serra intensificou ontem a artilharia e acusou os petistas de serem contrários também às parcerias que a prefeitura tem na área das creches.

- Vamos reforçar as parcerias em torno das creches conveniadas, que o PT, há pouco mais de um ano, apresentou uma proposta no Conselho Municipal para extinguir as creches conveniadas. Eles ameaçam não apenas as parcerias na Saúde como também em relação às creches. Por quê? Porque têm que empregar os companheiros - afirmou o tucano, ao cumprir uma agenda extensa de atividades em uma rua na região mais populosa da cidade, a Zona Leste.

Serra acusou o coordenador-geral da campanha de Haddad, vereador Antonio Donato (PT), de encabeçar uma "batalha" contra as creches conveniadas. Ao se referir a Donato, o tucano chamou-o de "sujeito enrolado" com processos. Em um discurso feito de improviso na calçada de uma rua comercial na Penha, Zona Leste, Serra pediu aos comerciantes que buscassem convencer eleitores indecisos e usou o mensalão como argumento.

Haddad rebateu o adversário e disse que, se eleito, os contratos em vigor na Saúde com as OSs serão mantidos. O petista lembrou que várias prefeituras do PT mantêm as parcerias com as entidades sociais, mas afirmou que não vai adotar o modelo para os futuros hospitais.

Serra mostrou anteontem no horário eleitoral um vídeo em que Haddad aparece defendendo a administração dos hospitais pela prefeitura. Segundo o candidato do PT, ele referia-se apenas aos novos hospitais que forem construídos.

-Esse processo que está em curso não será válido para os novos hospitais. Eu sempre disse que manterei os atuais contratos e, no caso dos novos hospitais, eu manteria sob regime público - afirmou o petista, após comício na Zona Norte.

Em novos ataques, Haddad acusou o adversário do PSDB de colocar os interesses pessoais "acima de tudo" e criticou as atuais gestões nas áreas da Saúde e Educação. Segundo ele, se precisar abandonar novamente a prefeitura de São Paulo, José Serra o fará. Em 2005, o candidato do PSDB deixou a prefeitura para concorrer ao governo paulista.

- Eles foram eleitos com a bandeira da Saúde, mas é a área que está pior em São Paulo. E a qualidade do ensino está caindo cada vez mais - criticou.

Serra e Haddad se enfrentarão em dois debates na TV até sexta-feira. Hoje, às 18 horas, o confronto acontecerá no SBT. Na sexta, a TV Globo realiza o último encontro entre os candidatos em São Paulo.

Ambos deverão usar a mesma estratégia adotada no debate promovido pela TV Bandeirantes. Haddad deverá propor novamente a Serra um pacto para evitar ataques pessoais e se prepara para responder a questões sobre a condenação do ex-ministro José Dirceu no caso do mensalão. Serra vai insistir no discurso de que é o mais preparado para comandar a cidade e explorar a posição do PT contra as OS.

Fonte: O Globo

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