BRASÍLIA
- Depois de o PT ter divulgado uma pesada nota acusando o Supremo Tribunal
Federal (STF) de partidarização no julgamento do mensalão, entidades da
magistratura e o PSDB reagiram e saíram em defesa da atuação da Corte no caso.
Se por um lado os petistas afirmam que o STF não garantiu o amplo direito de
defesa, deu valor de prova a indícios e fez um julgamento político, os tucanos
dizem que o órgão está "mudando a cultura do país", e
"garantindo que a lei seja aplicada a todos, mesmo que sejam ricos ou
poderosos".
A
Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) disse em nota que o julgamento
se pautou "pelo respeito aos princípios constitucionais garantidores de um
processo penal justo, especialmente o contraditório e a ampla defesa".
Para a Ajufe, o julgamento está dentro da normalidade e não há espaço para a
"politização da matéria".
Segundo
a Ajufe, a análise feita pelo Supremo é técnica, e os ministros embasaram seus
votos em princípios constitucionais. A Ajufe ressaltou que a independência do
Supremo fica comprovada ao reconhecer-se que, dos dez ministros que participam
da ação, oito foram indicações do PT. "A independência da magistratura é
garantia fundamental do estado democrático, e os ministros do STF deram mostras
disso, honrando o Poder Judiciário brasileiro".
A
Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) também
reagiu à nota do PT, classificando de descabidas as acusações do partido.
Segundo a Anamatra, é legítimo o PT expressar sua opinião sobre os fatos, mas a
nota petista "não faz justiça" ao STF.
O
PSDB, em texto divulgado na noite de quinta-feira, não menciona o PT, mas adota
tom de resposta ao defender que o Supremo vem cumprindo o seu papel e "tem
contribuído enormemente para o fortalecimento das nossas instituições e da
democracia no Brasil".
Assinada
pelo presidente do PSDB, Sérgio Guerra, a nota exalta o trabalho do Supremo.
Repetindo as afirmações do presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, o PSDB
destaca que o julgamento está mudando a cultura brasileira, "à luz da
Constituição", com uma atuação democrática, que não diferencia o
tratamento dado a ricos e pobres, sem permitir a impunidade.
Ontem,
o senador José Agripino Maia (DEM-RN) disse que a escolha petista em discordar
das decisões da Suprema Corte é arriscada:
-
Mais dia, menos dia, o PT vai pagar pela pelo sua arrogância (de criticar o
Supremo). A sociedade vai observar isso. O Supremo não é produto de uma só
pessoa, mas de várias cabeças - disse.
Fonte: O Globo
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