População está sendo convocada para participar de manifestações no dia 26,
no Rio de Janeiro
Mariana Durão, Sergio Torres
RIO - O governo do Rio começa a convocar a população para um protesto, no
dia 26, contra a aprovação pelo Congresso da nova lei de distribuição dos
royalties do petróleo. Cartazes e faixas do movimento "Contra a injustiça,
em defesa do Rio" estão sendo espalhadas por pontos estratégicos da
cidade, como a sede da prefeitura, o Palácio Guanabara (sede do governo do
Estado), estações do metrô e as saídas dos principais túneis da capital
fluminense.
Os cartazes pedem o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto de lei de
autoria do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), aprovado na semana passada. De
acordo com o governo fluminense, a concentração para o ato público será a
partir das 14h em frente à igreja da Candelária, no centro. Os manifestantes
seguirão em passeata à praça da Cinelândia.
A convocação pode ser um indicativo de mudanças no relacionamento entre o
governador do Rio, Sergio Cabral Filho, e a presidente Dilma. Cabral Filho
mantinha-se arredio a propostas de manifestações públicas apresentadas por
auxiliares e dizia que aguardaria uma decisão da presidente. O anúncio da
manifestação na terça-feira, sem mais explicações, surpreendeu até mesmo seu
secretariado.
A mobilização repentina pode indicar também uma menor disposição da
presidente em vetar o projeto, evitando o desgaste político com os Estados não
produtores de petróleo. Nesse caso, o mercado especula que a aposta de Dilma é
de que o projeto seja barrado no Supremo Tribunal Federal (STF) por contrariar
a Constituição Federal de 1988.
Os detalhes da manifestação serão acertados na próxima quinta-feira, em
reunião entre o governador Sergio Cabral, deputados da bancada fluminense e
alguns secretários de governo.
Em novembro do ano passado, o governo do Rio estimou em 150 mil pessoas o
número de manifestantes em ato público contra a divisão dos royalties. Na
ocasião, os funcionários públicos do Estado e de prefeituras foram liberados e
as concessionárias de transporte público (metrô, trens e barcas) não cobraram
pelas passagens, o que o governo ainda não confirmou se ocorrerá dessa vez.
Segundo o governador, se a presidente sancionar o texto, o Rio perderá até
2020 cerca de R$ 77 bilhões referentes a royalties da exploração petrolífera em
seu litoral. Rio e Espírito Santos, os principais Estados produtores, serão os
mais prejudicados e deverão recorrer ao STF.
O governo capixaba ainda não anunciou qualquer manifestação popular. Na
segunda-feira ,o governador Renato Casagrande se reunirá com o Comitê em Defesa
do Espírito Santo - que reúne empresários, líderes sindicais, entidades de
classe e da sociedade civil - para debater os próximos passos na briga pelos
royalties. No dia seguinte, Casagrande irá a Brasília.
Fonte: O Estado de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário