sábado, 17 de novembro de 2012

Cabral prepara protestos 'em defesa do Rio'

População está sendo convocada para participar de manifestações no dia 26, no Rio de Janeiro

Mariana Durão, Sergio Torres

RIO - O governo do Rio começa a convocar a população para um protesto, no dia 26, contra a aprovação pelo Congresso da nova lei de distribuição dos royalties do petróleo. Cartazes e faixas do movimento "Contra a injustiça, em defesa do Rio" estão sendo espalhadas por pontos estratégicos da cidade, como a sede da prefeitura, o Palácio Guanabara (sede do governo do Estado), estações do metrô e as saídas dos principais túneis da capital fluminense.

Os cartazes pedem o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto de lei de autoria do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), aprovado na semana passada. De acordo com o governo fluminense, a concentração para o ato público será a partir das 14h em frente à igreja da Candelária, no centro. Os manifestantes seguirão em passeata à praça da Cinelândia.

A convocação pode ser um indicativo de mudanças no relacionamento entre o governador do Rio, Sergio Cabral Filho, e a presidente Dilma. Cabral Filho mantinha-se arredio a propostas de manifestações públicas apresentadas por auxiliares e dizia que aguardaria uma decisão da presidente. O anúncio da manifestação na terça-feira, sem mais explicações, surpreendeu até mesmo seu secretariado.

A mobilização repentina pode indicar também uma menor disposição da presidente em vetar o projeto, evitando o desgaste político com os Estados não produtores de petróleo. Nesse caso, o mercado especula que a aposta de Dilma é de que o projeto seja barrado no Supremo Tribunal Federal (STF) por contrariar a Constituição Federal de 1988.

Os detalhes da manifestação serão acertados na próxima quinta-feira, em reunião entre o governador Sergio Cabral, deputados da bancada fluminense e alguns secretários de governo.

Em novembro do ano passado, o governo do Rio estimou em 150 mil pessoas o número de manifestantes em ato público contra a divisão dos royalties. Na ocasião, os funcionários públicos do Estado e de prefeituras foram liberados e as concessionárias de transporte público (metrô, trens e barcas) não cobraram pelas passagens, o que o governo ainda não confirmou se ocorrerá dessa vez.

Segundo o governador, se a presidente sancionar o texto, o Rio perderá até 2020 cerca de R$ 77 bilhões referentes a royalties da exploração petrolífera em seu litoral. Rio e Espírito Santos, os principais Estados produtores, serão os mais prejudicados e deverão recorrer ao STF.

O governo capixaba ainda não anunciou qualquer manifestação popular. Na segunda-feira ,o governador Renato Casagrande se reunirá com o Comitê em Defesa do Espírito Santo - que reúne empresários, líderes sindicais, entidades de classe e da sociedade civil - para debater os próximos passos na briga pelos royalties. No dia seguinte, Casagrande irá a Brasília.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Nenhum comentário: