Pois
Dilma Rousseff está prestes a completar quase dois anos de mandato. Pode até
desfrutar desse benefício de ser a primeira mulher a comandar o Planalto. Só
que é uma rainha sem imagem bem definida.
Pior.
A marca mais saliente foi empurrada para Dilma: a de faxineira que colocou na
rua mais de meia dúzia de ministros encrencados. Essa turma foi expelida apenas
após a mídia publicar suas estripulias.
O
governo demonstra perseguir a construção de dois símbolos. Primeiro, o de ter
acabado com a miséria extrema. Segundo, o de impor um ritmo desenvolvimentista
ao país, que garanta o crescimento da economia num patamar elevado e estável.
Do
ponto de vista eleitoral, o que mais importa é o bem-estar geral da população.
E nesse aspecto há sinais amarelos acendendo a cada dia nos controles do
Planalto.
Tudo
poderá talvez ser mitigado se a economia de fato crescer em 2013, como se
espera, acima de 3%. Mas esse tipo de desempenho será suficiente a ponto de
Dilma criar uma marca para si própria? "A presidente que fez o Brasil
crescer 3%"? Ou 4%, vá lá. No último ano do governo Lula, o PIB subiu
acima de 7%.
Aeroportos
estrangulados. Estradas ruins. Transporte público nas grandes metrópoles em
estado de depauperação. Saúde pública com os problemas de sempre. E agora, como
se não bastasse, a criminalidade em alta em várias localidades.
Muitos
desses gargalos não têm nada a ver com o governo federal. Mas quem paga o pato
é sempre o presidente. Dilma, mesmo sentada na cadeira da rainha, tem poucos
resultados palpáveis para seus súditos. Fica um governo sem cara.
Fonte: Folha de S. Paulo
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