domingo, 10 de março de 2013

Eduardo avança seu projeto nacional

Governador monta rede de colaboradores e consultores já pensando no programa de governo e também estaria avaliando um "time" de marqueteiros para o PSB

Agência O Globo

BRASÍLIA - Com uma candidatura à Presidência da República em 2014 considerada irreversível por aliados, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, começa a montar uma rede eclética de colaboradores e consultores para elaborar seu programa de governo e a estratégia de campanha. Campos não tem feito distinções ideológicas e de sua agenda participam Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso, o atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, que acaba de firmar parceria com o grupo EBX, de Eike Batista.

Eduardo Campos ouve e consulta muita gente, de banqueiros a empresários, políticos e marqueteiros, mas a síntese final do que será levado adiante é sempre sua, garantem aliados, acrescentando que o governador não é homem de ter gurus.

Em relação ao marketing político-eleitoral, o líder socialista tem uma trajetória de campanhas vitoriosas em companhia do marqueteiro argentino Diego Brandy, de 50 anos, que considera indispensável nas disputas eleitorais, no PSB e no governo. Mas tudo indica que sua campanha à Presidência será comandada pelo publicitário Duda Mendonça, responsável pela primeira vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a presidente, em 2002, e inocentado no processo do mensalão pela denúncia de evasão de divisas.

O baiano Duda Mendonça é sócio de Antônio Lavareda na DM/Blakninja e já faz trabalhos para o governo de Pernambuco. Se Eduardo Campos for mesmo adversário da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2014, o quarteto deverá ser completado pelo tio cineasta do governador, Guel Arraes. A ele e a Duda caberá dar o tom "filosófico e emocional", que marcaram as campanhas de Lula, feitas por João Santana.

"Hoje todo mundo é um pouco João Santana. Estão todos padronizados. Duda fez a campanha de Arraes em 98 (derrota para Jarbas Vasconcelos, PMDB, na disputa pela reeleição ao governo do Estado) e, de lá pra cá, tem estado bem próximo de Eduardo. Não há constrangimento por ele ter sido julgado no mensalão. Ele foi absolvido e inocentado", diz um integrante da equipe de Eduardo, que prefere o anonimato.

O advogado Antônio Carlos de Oliveira Castro, o Kakay, responsável pela absolvição de Duda no STF, fala da disposição do publicitário para novos desafios: "Nesse processo do mensalão, o Duda teve que se reinventar fora do País. Criou empresas em Portugal e Polônia, onde foi premiado pelo seu trabalho. Quando foi absolvido, a primeira coisa que disse foi: ‘graças a Deus, agora vou poder voltar a trabalhar no Brasil’. Campanha presidencial é o que ele gosta e sabe fazer."

"O tom do programa de Eduardo e do PSB será desenvolvimentista. O processo é meio antropofágico. Ele ouve muita gente, sem preconceito, mas ele é essencialmente desenvolvimentista", diz um de seus interlocutores.

Na semana que passou, por exemplo, ele teve uma longa conversa com o prefeito de Campinas (SP), Jonas Donizete (PSB), para destrinchar o quadro paulista e a sucessão do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), de quem também tem se aproximado.

"Acertamos que ele (Eduardo) irá participar em abril do encontro da Associação Paulista de Municípios, com prefeitos de todos os partidos. Dará palestra para 645 prefeitos nesse encontro de Santos", contou Donizeti.

Segundo o prefeito de Campinas, no programa de TV do PSB, em maio, Campos deve se apresentar como a pessoa capaz de botar o dedo na ferida e de fazer no País uma nova política.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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