"Antes do PT falávamos em reduzir Custo Brasil", afirma deputado
Fernanda Krakovics
BRASÍLIA - Enquanto o governador pernambucano tenta se equilibrar entre os interesses políticos do estado e dos empresários no Porto de Suape, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), prepara-se para enfrentar ano que vem a cobrança dos adversários num ponto que diz respeito a interesses diretos do eleitor. Ele tem sido atacado cotidianamente pelos petistas por ter votado, junto com seu partido, contra a medida provisória que reduziu a tarifa de energia elétrica. Esse debate, com o viés de que os tucanos não se preocupariam com as camadas mais pobres da população - beneficiadas pela redução do preço -, tem lugar garantido na campanha presidencial de 2014.
Os tucanos estão cientes da necessidade de montar, para o ano que vem, uma boa estratégia de comunicação. A preocupação é com uma máxima de campanhas eleitorais: a de que tudo que precisa ser explicado não funciona. O grupo mais próximo de Aécio ainda discute como tratar essa questão.
Aécio questionou a forma como a presidente Dilma optou para baixar a tarifa, considerada por ele como intervencionista. O tucano defendia que o governo reduzisse a carga tributária, em vez de onerar empresas geradoras e transmissoras de energia.
- Muito antes do PT nós falávamos em diminuir o Custo Brasil para aumentar a competitividade. Mas defendemos que isso seja feito com a redução da carga tributária. Com essa medida intervencionista, com quebra de contratos, houve queda brutal do valor de mercado das elétricas - diz o presidente do PSDB de Minas, deputado Marcus Pestana, justificando a posição do partido.
No caso da MP dos Portos, Eduardo Campos busca reforços. Na última segunda-feira, se reuniu com Paulinho da Força, deputado federal pelo PDT, para discutir uma ação conjunta. O pedetista brigará pela autonomia dos estados para realizar licitações, como quer o governador, e o socialista acionará a bancada do PSB para defender interesses dos trabalhadores.
Líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS) nega que o partido, e Eduardo Campos, estejam impondo dificuldades para a modernização dos portos e redução de custos. Diz que a insatisfação é com a substituição dos governos estaduais pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) em decisões sobre planejamento e licitações de novos terminais.
- Para modernizar porto não precisa passar por cima de governador. Suape é competitivo, mas com a edição da MP o governo do estado desapareceu de Suape. Não somos adeptos do atraso.
Fonte: O Globo
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