Governador de PE diz que só pensa em 2013, mas ampliou agenda, dá mais entrevistas e lançou perfil no Instagram
Provável candidato do PSB usa estratégia similar à de Lula e tem 41 pessoas no seu grupo de comunicação
Daniel Carvalho
RECIFE - O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), diz estar com a cabeça em 2013 e afirma que as eleições presidenciais serão discutidas só em 2014. Mas sua agenda e sua estratégia de comunicação já o indicam como candidato ao Planalto.
Além de ter subido o tom em críticas recentes ao governo federal, Campos anda com a agenda repleta de encontros com empresários, políticos diversos e jornalistas e até lançou um perfil "nacional" no Instagram -rede social de compartilhamento de fotos.
Seu perfil, administrado por assessores, adotou o BR no nome, em vez do estadual PE: eduardo campos br.
Até ontem pela manhã, 651 seguidores visualizavam 79 imagens do governador em momentos de trabalho e de descontração com a família.
Campos ainda mantém intactos dois hábitos: sempre olhar para as câmeras das TVs durante as entrevistas e sempre andar acompanhado de cinegrafista e fotógrafo.
O grupo de comunicação do governo tem 41 funcionários. A equipe distribui textos à imprensa com destaque a declarações do governador e transmite ao vivo pelo site eventos oficiais.
Essa estrutura, segundo o governo, é a mesma desde 2007, quando Campos assumiu o primeiro mandato.
Divulgação
O governador e presidente nacional do PSB também tem cuidado da sua imagem. Nos eventos públicos, por exemplo, adota estratégia semelhante à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Seu fotógrafo oficial sempre distribui cartões aos fãs que posam para fotos com o governador e depois querem uma cópia de recordação.
Esses eventos, antes acompanhados só pela imprensa local, agora contam com jornalistas de outros Estados, que passaram a ver Campos criticar o governo federal.
Entre os alvos estiveram o financiamento da saúde, o deficit habitacional, as desigualdades regionais e o desempenho da economia.
O governador ainda diz combater o que chama de velha política, numa crítica ao embate de PT e PSDB.
Para Adriano Oliveira, professor da Universidade Federal de Pernambuco, caso a presidente Dilma Rousseff dê um ultimato, Campos terá de se decidir logo. Aliado do Planalto, o PSB chefia dois ministérios (Integração Nacional e Secretaria de Portos).
Segundo a legislação eleitoral, ele tem até o fim de março de 2014 para deixar o cargo e disputar a eleição.
Fonte: Folha de S. Paulo
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