Eduardo Bresciani - O Estado de S. Paulo
Das 231 assinaturas coletadas pela oposição para a CPI mista da Petrobrás, 119 vieram de deputados de partidos da base aliada do governo. O requerimento contou com a assinatura de 30 senadores que já tinham apoiado também a proposta de investigação exclusiva do Senado. O protocolo da CPI mista foi realizado na tarde desta quarta-feira.
O PMDB contribuiu com 37 assinaturas, entre elas a do líder Eduardo Cunha (RJ). O partido tem 76 deputados. Parte da bancada peemedebista está em pé de guerra com o Planalto desde o início do ano e lidera um "blocão" com partidos insatisfeitos. O PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, legenda que até já aprovou apoio à reeleição de Dilma, contribuiu com 23 assinaturas, a maioria da bancada. O PR teve 21 deputados que assinaram e somente 10 não apoiaram a investigação. Entre os governistas houve apoio também no PSC (9), PP (9), PDT (9), PV (5), PT do B (2), PMN (2), PC do B (1) e PROS (1). Entre os líderes aliados, além de Cunha, assinaram Moreira Mendes (PSD), Bernardo Santana de Vasconcellos (PR), André Moura (PSC) e Vieira da Cunha (PDT).
Na oposição, o PSDB de Aécio Neves teve adesão integral de seus 43 deputados. A bancada do PSB de Eduardo Campos também teve adesão completa, com 23 assinaturas. No DEM, somente 2 dos 26 deputados não firmaram o requerimento. No Solidariedade, metade da bancada de 22 parlamentares assinou. Os 8 representantes do PPS assinaram o requerimento, bem como os 3 do PSOL.
O pedido da oposição de fazer uma CPI com deputados e senadores ocorreu horas antes da provável decisão de Renan em relação a duas CPIs lidas nessa terça em plenário. Após questionamentos, Renan deve decidir se aceita a criação da CPI da Petrobrás apresentada pela oposição ou a comissão apresentada pelo governo, cópia da dos oposicionistas mas com a presença de fatos que podem desgastar o PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos, pré-candidatos à Presidência.
A CPI mista apresentada é uma cópia da exclusiva do Senado. O principal fato refere-se à compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A operação, conforme o Estado revelou, contou com o voto da presidente Dilma Rousseff, ex-presidente do Conselho de Administração da estatal. Ela admitiu ter tomado a decisão baseada em um parecer juridicamente falho.
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