• Em comum, fato de terem parcerias de mais de dez anos com pré-candidatos
Fernanda Krakovics / Maria Lima e Sérgio Roxo - Globo
BRASÍLIA e SÃO PAULO - Apesar de a campanha começar oficialmente em julho, os principais pré-candidatos à Presidência já escolheram os nomes fortes de suas equipes. A presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Aécio Neves (PSDB) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) têm tesoureiros, coordenadores de programa de governo, assessores de comunicação e publicitários. Em comum, um ponto: são pessoas que estão há mais de dez anos ao lado dos pré-candidatos.
No PT, acima de todos, está o ex-presidente Lula. Além de ser o principal cabo eleitoral, tem cuidado da articulação política e supervisionado a comunicação. A coordenação-geral da campanha está com o presidente do PT, Rui Falcão, que também faz o diálogo institucional com os partidos aliados. Outro cargo-chave, o de tesoureiro, está com o deputado estadual Edinho Silva, ex-presidente do PT paulista. Ele arrecada fundos e tenta reverter o mau humor do empresariado com o governo Dilma.
A comunicação da campanha à reeleição é dividida entre o marqueteiro João Santana, responsável pelos programas de TV e rádio, e Franklin Martins, ex-ministro de Comunicação Social de Lula, que estrutura a internet. Para cuidar da agenda, Dilma destacou o chefe de gabinete do Planalto, Giles Azevedo, que já se desligou do governo.
O programa está sendo elaborado pelo assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, junto com o ex-presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) Alessandro Teixeira.
Em março, o PT alugou dois andares de um prédio comercial no Centro de Brasília. Juntos, somam cerca de 1.800 metros quadrados. Após uma obra, darão lugar a 30 salas. O partido terá 14 vagas na garagem. No mercado imobiliário, o aluguel de uma sala no local varia entre R$ 700 e R$ 2.800, e o condomínio, de R$ 272 a R$ 351. João Santana ainda montará dois estúdios de TV para a campanha, um em Brasília, onde Dilma gravará, e outro em São Paulo, onde fica Lula.
No PSDB, boa parte dos coordenadores da campanha de Aécio é composta por deputados e ex-deputados federais, além de ex-governadores. O coordenador do programa de governo e principal homem-forte é o ex-governador de Minas Antonio Anastasia. Há ainda um grupo de conselheiros políticos formado pelo ex-presidente Fernando Henrique, os ex-governadores Cassio Cunha Lima (PB) e Tasso Jereissati (CE), o senador Aloysio Nunes e o deputado federal Marcus Pestana (MG).
No campo econômico, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga é o grande interlocutor do tucano. Armínio não só troca impressões sobre o cenário econômico, como se tornou o responsável por fazer pontes entre o presidenciável e a nata do PIB do país. Reservadamente, Aécio confidenciou que Armínio tende a dar a linha de seu Ministério da Fazenda e que poderia até ser ministro.
A comunicação será chefiada pelo publicitário mineiro Paulo Vasconcelos, mas a irmã de Aécio, Andréa Neves, também terá papel-chave nessa área. Coube ao deputado Carlos Sampaio (SP) o comando do jurídico da campanha, em plena atividade com a chamada “guerra suja da internet”.
Opção por amigos
A campanha de Eduardo Campos une homens de confiança trazidos de Pernambuco, estreantes em disputas presidenciais e líderes nacionais do PSB. Apesar de não terem cargos formais na coordenação da candidatura, o líder do partido na Câmara, Beto Albuquerque (RS), e o presidente estadual da legenda em São Paulo, Márcio França, são os principais articuladores políticos de Campos. Eles negociam alianças e acompanham os principais eventos.
Apesar de distante do dia a dia, o vice-presidente do PSB, o ex-ministro Roberto Amaral, ouvido, principalmente na formulação dos temas levados a público. Outro interlocutor frequente é o jornalista Alon Feuerwerker, contratado em abril para coordenar a comunicação.
De Pernambuco, vieram três colaboradores: o estrategista argentino Diego Brandy e os ex-deputados federais Pedro Valadares e Maurício Rands. Responsável pelos programas de rádio e televisão, Brandy é formado em sociologia e nega ser marqueteiro. Trabalhou nas campanhas de Campos ao governo de Pernambuco em 2006 e 2010 e é tido como seu guru. Sua especialidade é análise de pesquisa e cenário eleitoral. Em seu país, participou de duas campanhas de Carlos Menem e da derrota de Eduardo Duhalde, em 1999.
Na capital paulista, Brandy divide provisoriamente com Valadares um apartamento no mesmo flat onde vive Campos. Ex-diretor do Porto de Suape, Valadares é um dos mais próximos assessores de Campos e auxilia na articulação política.
Ex-petista, Rands coordena o programa de governo e abastece o pré-candidato com informações, antes de encontros temáticos. Ele foi secretário no governo de Campos e deixou o PT depois que o partido interveio na escolha do candidato a prefeito de Recife, em 2012.
Também pernambucano, mas radicado em Brasília, Carlos Siqueira, ex-secretário de Miguel Arraes, avô de Campos, é o coordenador-geral da candidatura. Ele faz a articulação com os aliados da ex-ministra Marina Silva.
Para cuidar do dinheiro, Campos escalou um amigo dos tempos da Faculdade Economia na Universidade Federal de Pernambuco. Henrique Costa não tem filiação partidária e fez carreira como executivo de bancos. Até janeiro de 2013, era vice-presidente de finanças da Petra, empresa de petróleo e gás. Ele já iniciou a maratona de visitas de empresários em busca de doações para bancar a campanha.
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