Júlio Reis – Folha de S. Paulo
SALVADOR - Durante uma caminhada em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra na praça Nelson Mandela, em Salvador, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na tarde desta sexta-feira (20) que os críticos do governo federal deveriam comparar a situação da população negra no país antes e depois dos governos petistas.
"É possível discordar de nosso governo, mas eu gostaria que aqueles que discordam também pensassem qual era a situação do negro neste país antes de o PT chegar ao poder", afirmou.
Lula chegou ao ato às 17h20, no bairro da Liberdade, acompanhado do governador da Bahia, Rui Costa (PT). O ex-presidente foi direto para o trio elétrico que animava a festa e, no percurso, recebeu abraços de populares.
Durante o discurso, Lula foi ovacionado aos gritos de "Olé, olé, olá, Lula, Lula", mas também recebeu vaias de parte do público.
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli também estavam presentes, mas Lula foi o único a discursar.
Em cerca de cinco minutos, o ex-presidente defendeu iniciativas do governo de Dilma Rousseff contra a desigualdade racial, como a aprovação da lei que destina cota de 20% das vagas em concursos públicos para negros, e mencionou também Estatuto da Igualdade Racial, aprovado em 2010, último ano de seu governo.
Afirmou ainda que o governo petista ampliou como "nunca na história do país" a possibilidade de negros ingressarem nas universidades.
"Façam uma pesquisa e vejam se havia 1% de negro nas universidades. Hoje as meninas e os meninos negros podem alcançar serem médicos, e não apenas ajudantes de pedreiro ou empregadas domésticas", disse.
Lula se retirou da comemoração sem falar com a imprensa, enquanto o ato, que reunia cerca de 7.000 pessoas, segundo a PM, seguiu com uma caminhada em direção ao Pelourinho.
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