• Favorito de Paes para a disputa no Rio em 2016 pode ser enquadrado na Lei Maria da Penha por agressões à ex-mulher
Adriano Ceolin - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - A Procuradoria-Geral da República (PGR) começa a analisar a partir da próxima semana o caso do secretário executivo de Governo da prefeitura do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Carvalho. Deputado federal licenciado pelo PMDB, ele é acusado de agredir sua ex-mulher Alexandra Marcondes, de acordo com duas ocorrências registradas por ela, em 2008 e 2010.
No último dia 6, o Ministério Público do Rio enviou para a PGR, em Brasília, os autos do inquérito sobre a briga envolvendo Pedro Paulo e a ex-mulher. Isso foi necessário porque Pedro Paulo é deputado e, portanto, tem foro privilegiado. Desse modo, só pode ser processado pelo Supremo Tribunal Federal a pedido da PGR.
Os investigadores começarão a analisar o caso a partir desta segunda-feira. O objetivo é ter uma conclusão antes do fim de dezembro. Com isso, a PGR solicitará a abertura de inquérito ou arquivamento ao STF. Como envolve a agressão a uma mulher, Pedro Paulo pode ser enquadrado na Lei Maria da Penha, cuja punição é de um a três anos de prisão.
Pré-candidatura. A história veio à tona somente este ano após o lançamento da pré-candidatura de Pedro Paulo à sucessão do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). Foram reveladas duas ocorrências registradas pela ex-mulher Alexandra Marcondes. Em duas entrevistas coletivas, Pedro Paulo admitiu que bateu na mulher, mas disse que houve agressões mútuas. “Muitas vezes acontecem nos lares desentendimentos e erros. Não vou fazer aqui uma discussão se ela me agrediu, se eu me defendi. Não cabe aqui dizer o que aconteceu, qual foi o nível desse descontrole”, disse Pedro Paulo, em entrevista no dia 6.
As declarações foram feitas após a divulgação de uma briga que ocorrera em fevereiro de 2010. Segundo boletim de ocorrência feito por Alexandra, ela voltou mais cedo de uma viagem e encontrou roupas íntimas femininas no quarto do casal. Ao cobrar explicações do então marido. Pedro Paulo ficou irritado, jogou-a no chão e passou a agredi-la.
Quando tratou do assunto pela primeira vez, ele chegou a dizer que havia sido “um episódio isolado”. Dias depois, no entanto, foi revelada mais uma agressão, ocorrida em 2008, em São Paulo. Essa segunda agressão também foi registrada por Alexandra à Polícia. Em seguida, Pedro Paulo convocou mais uma entrevista coletiva para se explicar. Desta vez, a ex-mulher o acompanhou e saiu em defesa dele. “Quem nunca teve uma briga dentro de casa?”, disse Pedro Paulo. “Ele nunca foi agressivo”, disse Alexandra.
Até então, Eduardo Paes mantém apoio ao nome de Pedro Paulo para sucedê-lo. Além de amigo, o secretário é seu principal braço direito na prefeitura carioca. Caso Pedro Paulo não seja candidato, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), poderá ficar com a vaga.
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