domingo, 27 de março de 2016

Desgaste da imagem motivou debandada

• Falta de apoio para eleições municipais deste ano também pesou

- O Globo

A debandada dos petistas cariocas é motivada pelo desgaste da imagem do partido com a Operação Lava-Jato e também por questões locais. Os deputados estaduais Zaqueu Teixeira e Dr. Sadinoel se desfiliaram porque não tinham apoio do partido para disputar as eleições municipais deste ano.

Teixeira ingressou no PDT para disputar a prefeitura de Queimados, na Baixada Fluminense, pois o PT vai apoiar o PMDB. Já Sadinoel se filiou ao PMB e pretende disputar a prefeitura de Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio.

— Fui traído por parte do PT de Queimados, que preferiu o conforto dos cargos, permanecer no governo, na aliança (com o PMDB), em vez de disputar a eleição — disse Teixeira.

A bancada petista na Assembleia Legislativa foi reduzida de seis para três deputados.

Já em relação às prefeituras administradas pelo PT, Rodrigo Neves, de Niterói, foi o quarto a deixar o partido desde outubro do ano passado. Também se desfiliaram Carlos Miranda, o Casé, de Paraty; Cláudio Chumbinho, de São Pedro da Aldeia; e Claudio Valente, de Miguel Pereira. Os dois primeiros foram para o PMDB, e o último está sem partido.

A primeira baixa significativa sofrida pelo PT do Rio foi o deputado Alessandro Molon, o mais votado do partido no estado na eleição de 2014. Após 18 anos no PT, ele migrou para a Rede, de Marina Silva, em setembro do ano passado.

Apesar de ter saído com críticas à postura ética do PT, pesou na decisão de Molon a falta de espaço no partido para disputar a prefeitura do Rio. O PT pretende apoiar o PMDB, que deve lançar a candidatura do secretário municipal de Governo, Pedro Paulo.

Ao anunciar sua desfiliação, Molon afirmou, na ocasião, ter tomado a decisão por não perceber no horizonte possibilidades reais de serem feitas as correções de rumos necessárias para o PT.

Os petistas pretendem utilizar as eleições municipais para fazerem a defesa do partido, do ex-presidente Lula e do mandato da presidente Dilma Rousseff, caso o processo de impeachment não tenha sido aprovado até lá.

A prioridade anunciada pelo partido é reeleger o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que enfrenta forte rejeição da população. Na sequência, o PT vai focar nas capitais e cidades com mais de cem mil eleitores; tentar preservar as atuais administrações; e investir nas cidades consideradas polos econômicos regionais e naquelas com troncos transmissores de rádio e TV.

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