- O Estado de S. Paulo
Os dois vizinhos da Praça dos Três Poderes respiraram aliviados com a (esperada) decisão do decano Celso de Mello, que indeferiu liminar para sustar a nomeação de Moreira Franco como ministro e descartou desvio de finalidade no ato de Michel Temer.
Apesar de terem torcido um pouco o nariz para a “Lei Janot”, como foi apelidado o critério estabelecido pelo presidente para definir o afastamento provisório de todo integrante do governo denunciado pelo Ministério Público, os políticos entendem que a regra, somada à decisão de Celso de Mello, lhes dá segurança para a “travessia do deserto”.
É assim que está sendo chamado o período que se inicia em breve, quando deverá cair o sigilo das delações de 77 executivos, ex-diretores e funcionários da Odebrecht.
Sem o risco de uma enxurrada de mandados de segurança impetrados pela oposição – expediente no qual Celso de Mello deu um “chega pra lá” – e com o horizonte fixado por Temer, ministros acham que poderão se segurar nas cadeiras. Como o governo é curto e a duração de processos no Supremo é longa, acreditam que ganham sobrevida até 2018.
A mesma blindagem, parcial, não vale para os congressistas, mas esses também se mostraram aliviados com o fato de o STF, na visão de caciques partidários, ter começado a “colocar a bola no chão”. Segundo um desses próceres governistas, o Supremo sinaliza que não vai se deixar “contaminar" pela pressão pública nem que “ser citado na Lava Jato valha como sentença condenatória irrecorrível”.
JUSTIÇA
Temer elogia Velloso, mas vai esperar sabatina de Moraes
Depois de uma operação de queima em série de nomes cotados para o cargo, está bem encaminhada a ida do ex-ministro do Supremo Carlos Velloso para o lugar de Alexandre de Moraes no Ministério da Justiça. O martelo só deve ser batido após a sabatina de Moraes na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, mas o presidente disse a auxiliares que a conversa com o mineiro foi “muito boa” e que ele tem o perfil imaginado para o posto e o momento.
ESPÍRITO SANTO
Investigação será federal e PF ajuda a apurar homicídios
Além de o Ministério Público pedir a federalização do julgamento de policiais militares acusados do crime de revolta no Espírito Santo, a Polícia Federal já foi designada para atuar na investigação dos casos de homicídio ocorridos durante o movimento. A intenção de federalizar a investigação é, de um lado, impedir que o movimento se alastre pelo resto do País, e, de outro, prevenir que a corregedoria capixaba “pegue leve” com os amotinados.
LAVA JATO
Força-tarefa vê risco com eventual saída de Daiello
Investigadores de Curitiba não veem motivação política na saída de delegados da operação, mas apontam “risco grande” com a eventual saída de Leandro Daiello na direção-geral da Polícia Federal.
ECONOMIA
Busca por serviços de infraestrutura despenca
Seis de sete serviços de infraestrutura avaliados pela CNI tiveram retração em 2016 em razão da crise. Segundo a entidade, o País tem de investir de 4% a 5% do PIB no setor para ser competitivo.
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