Racha em São Paulo está controlado, favorecendo avanço em Estados-chave
Igor Gielow | Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Passada a ameaça Luciano Huck e com o aparente acordo firmado para a sucessão em São Paulo, o clima melhorou no PSDB para tentar alavancar a pré-candidatura de Geraldo Alckmin ao Planalto. Os dois maiores colégios eleitorais depois da casa do governador paulista, Minas e Rio, são os próximos focos.
Não que tenha sido simples ou que será daqui em diante, como diz um coordenador tucano. Mas a turbulência do começo do ano cedeu, apesar da ansiedade para que Alckmin supere os dois dígitos em pesquisas de opinião até abril —hoje ele está no limiar.
Nesse período o PSDB viu ressurgir a possibilidade de o apresentador concorrer, na esteira da virtual inelegibilidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado em segunda instância por corrupção.
A desistência do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, de disputar prévias também retirou um óbice que vinha atrapalhando o governador.
O outro nó que parece quase desatado é São Paulo. Alckmin queria ver seu vice, Márcio França (PSB), como candidato único de sua base no Estado. O PSDB reagiu e, a seus três pré-candidatos já colocados, surgiu com força movimento em favor do prefeito paulistano, João Doria.
A fatura ainda não está emitida, mas encaminhada o suficiente para as atenções tucanas se voltarem para Rio de Janeiro e Minas Gerais.
ALIANÇAS
Em Minas, o candidato natural do tucanato, Antonio Anastasia, está firme na disposição de não concorrer. Alckmin o estimulou, mas a reação do senador foi a de agradecer a deferência. Seu grupo trabalha pelo nome do deputado federal Rodrigo Pacheco, hoje no MDB mas que deverá filiar-se ao DEM.
Se vingar, assegura palanque em Minas para Alckmin. A expectativa dos tucanos é chegar ao segundo turno, quando a derrota do governador Fernando Pimentel (PT) é considerada como muito provável.
Outro ponto é aproximar ainda mais o DEM de uma aliança com o PSDB. Isso pode ser sacramentado com a problemática eleição no Rio, Estado quebrado e sob intervenção federal na segurança.
Hoje o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) é o nome mais citado no campo conservador para a disputa no Estado. Seu filho, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, vem trabalhando com a hipótese de se lançar à Presidência, apesar de patinar junto ao traço nas pesquisas de opinião e já ter dito que não se vê como viável em pleitos majoritários.
Dois operadores de Alckmin ouvidos consideram a candidatura do deputado algo que ficará no ar até maio, talvez junho. Mas creem que no fim a tração gravitacional trará o DEM para Alckmin com o apoio tucano a três palanques estaduais fortes: Minas, Rio e a Bahia do prefeito de Salvador, ACM Neto.
O partido tenderia a ser o mais influente numa aliança que, esperam os tucanos, incluirá PP, PSD, PTB e PPS —dando o maior tempo de TV na praça. O vice sairia do DEM —poderia ser o próprio Rodrigo Maia ou o ministro Mendonça Filho (Educação).
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