Por Cristiane Agostine, Marcelo Ribeiro e Raphael Di Cunto | Valor Econômico
SÃO PAULO E BRASÍLIA - O DEM anunciará hoje apoio à pré-candidatura de João Doria (PSDB) na disputa pelo governo de São Paulo. O partido negocia a indicação do deputado federal Rodrigo Garcia para a vice do tucano.
Doria atraiu o DEM em meio a dificuldades do presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, de conseguir apoio do partido. No plano nacional, a legenda negocia não só com Alckmin, como também com o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, e Alvaro Dias (Podemos).
Em São Paulo, o DEM articulava também com outro pré-candidato, o governador Márcio França (PSB). Ao anunciar o ingresso na chapa de Doria, o partido passou a cobrar não só a vice mas também uma vaga para o Senado.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que, no que depender dele, Rodrigo Garcia, líder do DEM na Câmara, será candidato a vice. Garcia era pré-candidato ao governo paulista e desistiu da disputa para apoiar o tucano. Maia também defendeu que o apresentador José Luiz Datena seja candidato ao Senado pelo DEM. "É o que nós queremos. Ele está muito bem nas pesquisas. Seria ótimo que a gente pudesse trabalhar o nome dele", afirmou o parlamentar, pré-candidato à Presidência.
Aliado de Doria, o PSD, no entanto, também almeja indicar a vice e uma das vagas para o Senado. O presidente nacional do partido, ministro Gilberto Kassab, declarou que pretendia participar da chapa de Doria quando anunciou apoio ao tucano. Para a vaga de vice ou do Senado era cotada Alda Marco Antônio.
O presidente estadual do PSDB de São Paulo, deputado Pedro Tobias, minimizou a possibilidade de o apresentador Datena ser candidato ao Senado e afirmou que ainda não foram decididos os candidatos a vice e ao Senado. "Defendo que uma vaga para o Senado seja do PSDB", disse o dirigente tucano. "E não acredito que Datena será candidato. Ele vai largar a fortuna que ganha para ser senador?"
O PSDB deve escolher no início do próximo mês um candidato ao Senado. Entre os cotados estão o presidente da Assembleia, Cauê Macris, e os deputados federais Mara Gabrilli e Ricardo Tripoli.
Para o presidente do PSDB paulista, o apoio do DEM a Doria deve ajudar Alckmin a atrair o partido para sua pré-candidatura. "Doria está ajudando Alckmin a fechar alianças", disse Tobias. O dirigente partidário citou como exemplo o apoio do PRB ao PSDB em São Paulo. Na disputa presidencial, o partido tem como pré-candidato o empresário Flávio Rocha. O PSDB aposta na desistência de Rocha e o apoio a Alckmin.
Doria e o governador Márcio França travam uma disputa no Estado para atrair aliados e obter o maior tempo de televisão na campanha eleitoral.
O tucano tem o apoio do PSD, PRB e PTC, além do DEM, e busca o MDB, do pré-candidato Paulo Skaf. Doria ofereceu a Skaf uma vaga para disputar o Senado.
Já França afirma ter em sua aliança 15 partidos, como PR, SD, PPS, Pros e PSC e nesta semana anunciou o PP, em acordo negociado com o presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira (PI). O governador e pré-candidato à reeleição tem promovido mudanças na gestão paulista para acomodar os aliados. O PP deve apadrinhar o chefe da Polícia Civil, além de manter-se influente na Secretaria de Meio Ambiente.
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