A
história recente do Brasil mostra a importância dessa figura
A
história recente do Brasil tem mostrado a importância da figura do vice,
sobretudo quando o país se deparou com encruzilhadas na política. Vices podem
agregar ou afastar apoios, ajudar ou ser um estorvo, podem ser confiáveis ou
conspirar contra o titular. Temos de tudo.
A notável habilidade política do oposicionista Tancredo Neves encontrou em José Sarney, dissidente da ditadura, o vice ideal para compor a aliança que conduziria o Brasil de volta à democracia. Como sabemos, o vice assumiu a Presidência em circunstâncias traumáticas após a morte de Tancredo. Sarney manteve o curso da redemocratização, mas levou o país ao descontrole inflacionário.
Seu
sucessor, Fernando Collor, bravateiro como ele só, prometeu uma "bala de
prata" contra o "tigre da inflação". Tudo o que conseguiu foi
dar um tiro no pé ao confiscar a poupança dos brasileiros. Denúncias de
corrupção levaram ao seu impeachment e à ascensão de mais um vice. Itamar
Franco implantou o Plano Real, derrubou a inflação e abriu caminho para a eleição
de seu ministro da Fazenda.
FHC
e Lula tiveram vices leais e discretos. Dilma Roussef não teve a mesma sorte.
Seu vice, Temer, foi peça central na urdidura do golpe que a derrubou em 2016.
Esses exemplos mostram que vices não são meros coadjuvantes e precisam do olhar
atento do eleitor.
Guardadas
as proporções, causa estranheza que Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição
para a prefeitura da cidade mais importante do país, aja como se quisesse
esconder seu companheiro de chapa, o vereador do MDB Ricardo Nunes. A esposa de
Nunes registrou um boletim de ocorrência contra ele por "ameaças",
"escândalos" e "palavrões". Depois, voltou atrás.
Nunes também deveria esclarecer porque aliados seus faturam com o aluguel de creches conveniadas com a prefeitura. Como não aceita convites para sabatinas e debates, o vice deixou no ar uma névoa de graves suspeitas sobre sua conduta.
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