Sessão
de análise, você diz: sonhei com Fulano/a, e não foi um sonho erótico.
Danou-se.
O/a analista já sabe: foi erótico.
É
clássico.
Vários
ministros do STF que votaram pela anulação das condenações de Lula
imediatamente acrescentaram: atenção, não vale para os demais casos.
Ou
seja, vale. Ou pode valer, já que aqui o direito parece ser ainda mais
subjetivo e fluido do que a análise psicanalítica, freudiana ou não.
Está na cara que todos os condenados com algum ponto de conexão com os casos de Lula — e praticamente todos têm — reclamarão os mesmos julgamentos. Se a 13ª Vara de Curitiba é incompetente para Lula, por que não seria para os demais membros da quadrilha denunciada pela Lava-Jato e condenada em três instâncias?
Pior
ainda: pode surgir dessa última decisão do STF uma tremenda confusão, cujos
beneficiários serão os réus — e seus advogados, claro.
Digamos
que o processo de Lula tivesse começado na Justiça Federal de Brasília, como
entendem alguns ministros. A defesa do ex-presidente poderia entrar com HC no
Superior Tribunal de Justiça alegando que a competência não estava em Brasília.
O STJ poderia, então, mandar o processo para ... Curitiba.
E
por que dizemos isso? Porque o STJ entendeu, há anos, que a 13ª Vara era a
competente para os casos de Lula. Ou seja, se tivesse começado em Brasília, o
STJ teria argumentos para anular tudo e mandar para a capital do Paraná. E o
STF poderia mandar tudo de novo para Brasília.
Reparem:
crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, do tamanho que se viu, são
praticados em diversos lugares ao mesmo tempo. O dinheiro foi roubado em
contratos superfaturados com a Petrobras, cuja sede fica no Rio.
Esse
dinheiro circulou pelo sistema financeiro internacional e viajou pelo país
inteiro, financiando desde triplex e sítio, que ficam em São Paulo, até
campanhas eleitorais do PT em todos os estados, mas centralizadas em Brasília.
Ou
seja, há argumentos para sustentar a competência em muitos lugares. Tanto é
assim que, para alguns ministros, o caso Lula deveria ficar em Curitiba, para
outros, em Brasília ou em São Paulo. E tem quem ainda não saiba.
Esse
é um ambiente propício para os advogados da turma da Lava-Jato avançarem no
terreno que dominam: o das formalidades, dos detalhes técnicos secundários, das
firulas processuais. Falam em devido processo legal. Na verdade, trata-se de
evitar a discussão dos fatos objetivos — se houve ou não corrupção e lavagem de
dinheiro — para arrastar os processos indefinidamente.
Reparem
de novo: o STF não disse que triplex e sítio não foram dados a Lula, por
empresas corrompidas com a Petrobras. Disse que o caso deveria ser reiniciado
em Brasília, talvez em São Paulo, talvez .
Tudo
considerado, é, sim, toda a operação Lava-Jato que pode ser desmontada — nas
firulas processuais — como foi a Castelo de Areia. E se, na próxima semana, o
STF decidir pela suspeição de Sergio Moro, o fim é certo.
Claro,
os ministros dirão: só vale para Lula.
Sim,
claro, só para Lula, dirão, às gargalhadas, os advogados dos demais condenados,
quando estiverem comemorando no grupo.
Saúde =
economia
É
simples assim: os países cujos governos foram eficazes no combate à pandemia já
registram forte recuperação econômica.Exemplos: China, que deve crescer a mais
de 10% anuais; Estados Unidos, com PIB previsto para mais de 6,5%; Inglaterra,
onde a oferta de emprego já supera o nível pré-pandemia; Israel; Austrália;
Nova Zelândia.
O FMI já revisou para cima as previsões de crescimento global. Claro que a base de comparação (2020) é baixa, mas muitas economias voltam ao nível de 2019, antes da Covid-19. O que há de comum entre os países que ressurgem? Lockdown, distanciamento mais vacinação dá em saúde para as pessoas e, pois, para a atividade econômica.
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