Para
disfarçar derrota do governo, Bolsonaro volta a preocupar-se com o beijo gay
Na
hora em que se mobiliza para combater a CPI da Covid, o governo atira no pé. Se
um observador internacional chegasse hoje a Brasília, a primeira coisa que
pensaria é que o país está nas mãos de um bando de lunáticos autodestrutivos.
Ex-ministro
da Saúde que não sabia o que é o SUS, o general
Pazuello desfilou sem máscara num shopping de Manaus, cidade
que, por falta de oxigênio, registrou em janeiro uma das mais altas taxas de
letalidade do mundo. Cobrado por ignorar a proteção, Pazuello reagiu fazendo
piada. Diante dos senadores, ele manterá o bom humor?
Um dos articuladores das forças governistas para minar a comissão, o que revelou o chefe da Casa Civil, general Ramos? Em reunião do Conselho de Saúde transmitida ao vivo pela internet, admitiu uma molecagem: tomou a vacina escondido para driblar a orientação do Planalto. E não foi só ele. Outros dois ministros —um almirante e um general— curvaram-se aos caprichos do capitão da cloroquina. Bento Albuquerque, de Minas e Energia, e Braga Netto, da Defesa, também se vacinaram em segredo.
Ramos
ainda revelou que tenta convencer o presidente —que devia ser o primeiro a
mostrar o muque de atleta para receber a picada— a imunizar-se. Com
negacionista é assim. Não bastasse, o Ministério da Saúde encontrou 100 mil doses de
imunizantes "esquecidas" num canto de almoxarifado. Com esse tipo de
gente a ser investigada, Renan Calheiros não terá de se esforçar para produzir
um relatório concludente e devastador. Divulgados pela imprensa, os crimes são
de conhecimento geral, inclusive daqueles que continuam a apoiar Bolsonaro.
A batalha na CPI está perdida. Bolsonaro aproveita o momento para confabular com membros de sua seita no cercadinho do Alvorada, condenando a prática do beijo gay na época do PT. Quem dera tivesse a dupla fixação com a saúde e a vida dos brasileiros.
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