Se
eu fosse uma multinacional também estaria pensando em cair fora do Brasil
Cabify, Ford,
Sony, LG,
LafargeHolcim. Nas últimas semanas, várias multinacionais anunciaram que
deixarão de produzir no Brasil. Dificuldades setoriais específicas decerto
contribuíram para as decisões dessas empresas, mas sua confluência temporal
torna inevitável perguntar se não está havendo uma perda de confiança no futuro
do país. E eu receio que a resposta seja afirmativa.
O
ambiente de negócios brasileiro nunca foi fácil. Anos e anos de hiperinflação,
complexidade tributária, instabilidade regulatória e morosidade da Justiça
destacam-se entre os fatores que já fizeram com que muitas firmas globais
desistissem do Brasil.
Entre meados dos anos 90 e a primeira década do novo milênio, porém, pareceu que o país estava encontrando seu caminho. Principalmente sob as gestões de FHC e Lula, logrou-se controlar a inflação, melhorar o sistema de contas públicas e a regulação em geral, universalizar o ensino básico, expandir o acesso ao terceiro grau e ampliar a renda de vários grupos sociais. Não durou muito.
O
buraco fiscal em que estamos metidos ficou bem mais fundo, a economia está
muito mais desorganizada, com falências e desemprego em alta, teremos problemas
sérios e duradouros na educação e as velhas dificuldades não foram embora.
Se eu fosse uma multinacional também estaria pensando seriamente em cair fora.
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