Guedes
é exemplo extremo de 'aporofobia', aversão a pobres
Merece
ampla discussão o plano do
presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para a retomada
pós-pandemia, especialmente pelo que propõe sobre o papel do Estado numa
economia capitalista e numa sociedade profundamente desigual como a
norte-americana.
Basicamente,
o presidente propõe reformas de caráter
progressista, que se destinam a melhorar as engrenagens do
capitalismo, para que o motor econômico volte a girar sem deixar para trás
multidões de desesperados revirando lixo para não morrer de fome.
Biden quer criar empregos para a classe média e trabalhadores com menor qualificação, aumentar o valor do salário mínimo, ampliar a educação pública e melhorar o acesso à saúde, que, segundo ele, deve ser um direito, não um privilégio.
A
questão é saber quem vai pagar a conta dos investimentos do Estado. Biden quer
elevar a carga tributária das empresas e daqueles que ocupam, digamos, o topo
da cadeia alimentar e que engordaram suas fortunas ainda mais durante a
pandemia. Ele enunciou seu argumento de forma até singela: "É hora de
pagarem a sua parte justa".
No
Brasil, porém, falar em aumento de carga tributária dos mais ricos (inclusive
no âmbito de uma reforma sobre o tema) é um debate interditado, sobretudo em
parte da grande mídia, que deveria amplificá-lo. Esta parece domesticada pelo
"mercado" e se comporta como porta-voz de Paulo Guedes em seu projeto
de desossar o Estado e seu papel de indutor da mobilidade social.
Guedes
é exemplo extremo de "aporofobia", expressão cunhada pela filósofa
espanhola Adela Cortina para definir a aversão aos pobres e que se manifesta de
diversas formas no mundo contemporâneo. A palavra vem do grego áporos (pobre) e
fobéo (rejeitar).
Guedes não cansa de demonstrar ódio de classe: empregadas domésticas não podem viajar e filhos de porteiros não merecem estudar. Cada vez que abre a boca, Guedes exala o mau hálito da Casa-Grande.
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