Revista IstoÉ
O presidente quer que a oposição vá para o pau-de-arara, seja torturada e morta. Só não o fez ainda graças à ação corajosa do STF
Os tambores das tropas de assalto bolsonaristas anunciam o golpe. Não há dia sem alguma notícia de ameaça ao Estado democrático de Direito. Jair Bolsonaro vocifera com ódio contra a democracia. A mesma democracia que abriu caminho para que chegasse à Presidência, isto após trinta anos de vida parlamentar. Houve um erro, grave erro, dos poderes constituídos que assistiram passivamente Bolsonaro atacar os fundamentos constitucionais, defendendo abertamente a supressão da Carta de 1988. Esta ação criminosa permitiu que numa conjuntura de enfraquecimento das instituições, em um momento de angústia e desespero frente aos sucessivos casos de corrupção, da falta de candidaturas que lessem a conjuntura e conseguissem entender o sentimento dos brasileiros cansados e frustrados com os presidentes recentemente eleitos, deu a Bolsonaro a chance de chegar ao posto de chefe do Executivo federal.
Do interior do aparelho de Estado,
Bolsonaro foi diuturnamente solapando as bases democráticas construídas com
tanto esforço desde os anos 1980. Ele representa os derrotados, a
extrema-direita que foi enxotada do governo, que durante 21 anos se locupletou
em nebulosas transações, que organizou um sistema repressivo para exterminar
criminosamente os opositores à ditadura. Não é acidental que faça loas ao
covarde coronel Ustra, transformando-o em seu herói. Para ele, a oposição tem
de ir para o pau-de-arara, deve ser torturada e morta. Só não o fez ainda,
graças à ação corajosa e republicana do Supremo Tribunal Federal. Se não
estamos em uma ditadura — e desde o ano passado — é graças ao STF.
Estamos nos aproximando da hora decisiva. O
Brasil não aguenta mais tanta turbulência política, tanto ódio, incompetência
administrativa, falta de projeto de governo, tantos mortos da pandemia. Estamos
alcançando a macabra marca de 600 mil óbitos. No País, em um ano e meio de pandemia
e sem nenhum tiro — graças ao planejamento do genocida Bolsonaro — tivemos
quatro vezes mais mortos do que em vinte anos de guerra no Afeganistão. Precisamos salvar o Brasil da sanha nazifascista, do
bolsonarismo. Roubaram até a nossa bandeira. Temos de dizer: tirem as mãos do
pavilhão nacional. Ele representa as lutas do povo brasileiro. Fiquem com a suástica e o fascio. A bandeira verde e amarela é nossa.
O Brasil não vai resistir a um processo eleitoral, no ano que vem, tendo Bolsonaro na Presidência. Ele quer completar a sua obra ensanguentando o País. Temos de resistir, antes que seja tarde demais.
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