Folha de S. Paulo
Em setores da oposição ao fascismo,
prevalece aparente falta de estratégia e/ou predominância de projetos pessoais
Eleito no embalo do golpe de 2016, do
lava-jatismo e da insânia bolsonarista, o Congresso atual é o pior do período
pós-redemocratização. Exceção deve ser feita a uma minoria atuante, porém
insuficiente para se contrapor às pautas que destroem o Estado brasileiro e
aprofundam as desigualdades e injustiças na nossa sociedade.
A Câmara foi sequestrada pela
perversa aliança do
centrão com a extrema direita, o que garante a permanência do
arruaceiro no Palácio do Planalto e rebaixa o Parlamento. Qualquer novo governo
comprometido com princípios civilizatórios elementares terá muita dificuldade
de reverter o dano sem uma maioria progressista de deputados e senadores.
Em setores da oposição ao fascismo, porém, prevalece aparente falta de estratégia e/ou predominância de projetos pessoais. Em que pese a legitimidade dessas ambições, é hora de reocupar o Congresso. Todos com potencial de puxar votos para eleger bancadas expressivas têm que ser chamados para ajudar a restabelecer a normalidade institucional.
O estrago feito por talibãs de gravata como
Eduardo Cunha e Arthur Lira (PP-AL) é autoexplicativo.
Além de reeleger os progressistas que já
estão lá, é importante levar para o Congresso figuras públicas como Marina
Silva, Flávio Dino, Miro Teixeira, Cristovam Buarque, Manuela D’Avila, Eduardo
Suplicy, Nelson Jobim, Fernando
Haddad, Guilherme Boulos e muitos outros que poderão, inclusive,
atrair novas lideranças para a política.
É imperativo que a oposição progressista repense candidaturas estaduais. De que adiantará ter presidente e governadores democratas se o centrão, fundamentalistas do mercado e bancadas BBB (boi, bala e bíblia) mantiverem seu poder de chantagem? Ganhar a Presidência não será fácil, tampouco suficiente. Ou se retoma a civilidade no Congresso Nacional ou o país levará décadas para se recuperar da desgraça que a atual legislatura e esse desgoverno genocida estão executando com alguma competência.
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