Folha de S. Paulo
E não é de hoje; até o apartamento que ele
usava em Brasília para comer gente era pago por você
Não olhe agora, mas Jair Bolsonaro,
como se não bastasse, vive às custas de você desde 1973. Foi quando, aos 18
anos, ele entrou para o Exército e, como todo soldado, passou a ganhar o soldo
que sustenta os militares, extraído dos nossos impostos. Enxotado da força em
1988, transferiu-se para o outro lado da vida mansa, a política. Elegeu-se
vereador em 1989 e deputado federal em 1991, ambos pelo Rio, e, durante 30 anos
de mamata —nunca tapou um buraco ou aprovou um projeto—, construiu notável patrimônio
imobiliário.
E não apenas com seu salário e infinitos benefícios parlamentares —um deles, apartamento pago em Brasília, que ele nunca dispensou mesmo tendo imóveis lá, e que usou para “comer gente” (mulheres, presume-se). Donde você pagou por cada bimba que Bolsonaro levou para a cama no período. Não contente, Bolsonaro elegeu três filhos para eternizar a quadrilha e, entre ex-mulheres, vigaristas e laranjas, todos parentes entre si, empregou 102 pessoas, de quem, dizem, ele e os seus extorquiam 80% do salário. Dinheiro este igualmente drenado dos impostos que você deixou na fonte.
Presidente desde 2019, Bolsonaro usa todos
os dias de seu mandato para nunca mais passar a faixa, e tudo pago por você.
Ponha nisso a compra de políticos, PMs e juízes e as já quase mil viagens de
campanha pelo país, o que exige o deslocamento da equipe que prepara sua
chegada e estadia, comitiva pessoal, convidados e, por baixo, cem seguranças
(aqueles sujeitos de terno mal cortado e óculos escuros, olhando para os lados,
que se veem ao seu redor). Você paga por tudo isso e não chia. Paga também pela
gasolina que alimenta os aviões, motos e lanchas que ele cavalga.
Ciente de que não se reelegerá, Bolsonaro
precisa agora de um golpe —cujas tentativas é você também quem
banca.
Um dia, Bolsonaro será preso e terá sua cadeia
igualmente custeada por nós. Aí, sim.
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