O Estado de S. Paulo
O debate sobre que País queremos ter
precisa ser profundo, baseado em dados e sem agressões
Este ano teremos eleições. Precisamos ter
uma reflexão acerca de que País queremos ter. E esse debate precisa ser
profundo, baseado em dados e sem agressões. Com esse espírito, ao longo das
próximas 30 semanas, em encontros quinzenais, irei expor um conjunto de 15
propostas para discussão, com vistas a alimentar o bom debate.
Cabe aqui fazer dois esclarecimentos. O primeiro é que os pontos estão longe de esgotar o conjunto de temas sobre os quais o governo terá que se debruçar em 2023 e são listados apenas como aqueles que a mim me parecem os mais relevantes em matéria econômica. E o segundo é que se referem à economia, porque essa é a área que conheço, o que de modo algum significa que não considere outros temas importantes e sim apenas é o reconhecimento das minhas limitações.
É evidente, apenas para citar um caso, que
a temática ambiental será fundamental nos próximos anos. Ocorre que nesse e em
outros temaschave para o País há pessoas muito mais qualificadas para opinar,
razão pela qual sigo o princípio de deixar “cada macaco no seu galho”.
O objetivo será dividir com o leitor o que
creio que cabe fazer em relação aos seguintes tópicos: 1) a necessidade de
optar por uma gestão econômica que assuma uma agenda de modernização que passa
pela exposição da economia a uma competição crescente; 2) uma maior abertura da
economia; 3) um programa realista de privatização; 4) uma mudança da questão
das emendas parlamentares; 5) a Previdência, uma “não reforma”, que não deverá
ser objeto de medidas em 2023, mas tema acerca do qual cabe fazer uma
avaliação; 6) o teto de gastos; 7) a reforma administrativa; 8) a
inevitabilidade de um programa de ajuste ter um componente de aumento da carga
tributária; 9) a redefinição da estrutura ministerial, para termos uma pasta
que integre as políticas sociais; 10) o abono salarial; 11) uma regra para o
reajuste salarial do funcionalismo; 12) a política para o salário mínimo; 13) a
revisão parcial das regras de concessão do seguro desemprego; 14) a criação de
um novo programa social; e 15) a relação federativa entre a União e o conjunto
dos entes subnacionais.
Uma velha raposa política me disse uma vez: “Seu problema, Giambiagi, é que você prioriza a lógica. E a pior coisa para convencer alguém a votar algo no Congresso é a lógica”. Aceitei a crítica com humor. Continuo acreditando, porém, que vale a pena insistir. Prefiro a lógica a outros instrumentos.
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