sexta-feira, 4 de março de 2022

Guto Rodrigues*: A Guerra Quente

A guerra é o embate entre civilização e barbárie, eu condeno e não apoio a guerra. Na primeira guerra mundial, os comunistas, pelos mencheviches, Julio Martov e pelos bolcheviche, Vladimir Lenin condenaram a guerra. Não aceitavam que operários fossem morrer pela ambição do capitalismo.

Pensávamos que neste novo século as guerras, flagelos da humanidade como mostra o quadro Guernica de Pablo Picasso, estariam superadas.

As novas tecnologias nos conduziriam a um mundo mais democrático, inclusivo e justo, conectado, solidário com a inteligência e a informação verdadeira e com qualidade de vida, abrindo, portais para a humanidade gozar a paz e a felicidade.

O breve século, assim chamado o século vinte, com seu vetor iconoclasta soterrou os podres poderes, mas dos escombros germinou uma estação distópica encouraçada pela barbárie, o ódio e a intolerância e mais os fakes que impõe a valorização da mentira e o mau-caratismo, são instrumentos usados pela ultra direita. Bolsonaro e seguidores, aqui no Brasil, tentaram legitimar para eleição.

Da sociedade da informação do novo milênio, emergiria uma nova realidade em que não haveria lugar para a beligerância, assim imaginávamos.

As agressões em Damasco, a destruição no Iêmem e o quadro de guerras internas constante pelo mundo, com o sofrimento dos refugiados, e agora guerra Russia x Ucrania, em que Putin atrai pra si, pela manifestação global, a mesma antipatia que os EUA, com a guerra do Vietnam. A humanidade ainda caminha nos ecos da barbárie, infelizmente.

Não se iluda com a falácia da OTAN de que está protegendo os países de ameaças. Hoje, o pacto de Varsóvia, a guerra fria não mais existem e, na verdade, a OTAN é uma ferramenta favorável aos ganhos das oligarquias imperialistas (EUA e sócios) no mundo globalizado. Não olhe apenas para o que mostra a mídia direcionada. A Guerra não é mais fria, deixou de existir quando foi desfeito o bloco socialista na Europa. A OTAN tensiona uma GUERRA QUENTE.

Como nos diz Belchior em sua canção: “a felicidade é uma arma quente”.

*Ex-secretário de Cultura e Trabalho do Estado do Amazonas, pós-graduado em Ética e Política pela Universidade Católica de Pernambuco

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