Revista IstoÉ
Na ditadura militar, principalmente depois de 1968, concentrou-se a resistência democrática no campo do jornalismo, das artes, da política e dos sindicatos
São Paulo sempre teve um papel
preponderante na federação brasileira. Foi onde nasceu o primeiro partido
republicano e foram eleitos parlamentares para o Legislativo provincial e
nacional. O movimento abolicionista teve na província um papel importante. A ação
de Luís
Gama foi célebre, assim como a dos caifazes,
liderados por Antonio
Bento. No processo de consolidação da República, São
Paulo apoiou Floriano
Peixoto em momentos decisivos da Revolução
Federalista e da Revolta da Armada. Posteriormente teve os três primeiros
presidentes civis – Prudente de Moraes, Campos Salles e Rodrigues Alves.
No campo das lutas sociais, o estado foi teatro de grandes greves liderados pelos anarquistas, em defesa de direitos trabalhistas, entre as quais as de 1905, 1906, 1917 e 1919. Também foi palco do segundo 5 de julho, o de 1924, quando durante três semanas a capital foi tomada pelos rebeldes tenentistas. O Partido Democrático (1926) foi um defensor do voto secreto, demanda que foi incorporada à plataforma da Aliança Liberal. Em 1930 Getúlio Vargas fez apenas dois comícios, um deles em São Paulo, que foi, até aquele momento, a maior manifestação de massa da história da cidade.
Durante o primeiro governo Vargas
(1930-1945), o estado teve diversos representantes nos vários ministérios. No
período populista (1945-1964) – especialmente, a capital – a participação
popular também esteve presente no movimento sindical nas duas maiores greves do
período, em 1953 e 1957. Na ditadura militar, principalmente depois de 1968,
concentrou a resistência democrática, tanto no campo do jornalismo, das artes,
da política e nos sindicatos. Em 1982, Franco Montoro obteve mais que o dobro
de votos do candidato da ditadura e foi eleito governador de São Paulo. Dois
anos depois lançou Tancredo Neves à Presidência da República, em meio à
campanha das Diretas Já e os grandes comícios de 25 de janeiro e 16 de abril.
Teve em Ulysses Guimarães a Presidência do PMDB, da Câmara dos Deputados e da
Assembleia Constituinte, simultaneamente. Sem estender mais a análise
histórica, o que aconteceu com São Paulo, hoje, tomado politicamente por
aventureiros, oportunistas e forasteiros – vide os candidatos à Câmara Federal
e ao governo estadual –, sem nenhuma vinculação com o estado?
Nenhum comentário:
Postar um comentário