Por Fabio Murakawa e Jéssica Sant’Ana / Valor Econômico
O presidente não revelou qual sua ideia, mas
disse que terá uma reunião na quarta-feira (3) sobre o assunto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou
nesta terça-feira que a alta do dólar o preocupa, mas disse que o
movimento é fruto de uma especulação. Ontem, a moeda americana atingiu R$ 5,65,
o maior valor desde janeiro de 2022, fruto do cenário externo e das incertezas
sobre a política fiscal do governo.
"Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. Há uma especulação, há um jogo de interesse especulativo contra o real nesse país. Não é normal o que está acontecendo", disse Lula em entrevista à Rádio Sociedade, durante visita na Bahia nesta terça-feira (2).
Lula falou que o governo tem que fazer
"alguma coisa" sobre essa "especulação", mas não revelou
qual sua ideia. Disse, apenas, que terá uma reunião amanhã (3) sobre o assunto.
O presidente também afirmou que os dados da
economia vão bem, apesar da depreciação do real. "Se você pegar os dados
da economia, você vai perceber que o PIB está crescendo mais que previsão do
mercado, desemprego está caindo mais que previsão do mercado, renda da massa
salarial está crescendo mais, os acordos salariais estão com ganhos
reais", citou Lula. "Não tem nenhuma razão para as pessoas terem
medo, ficarem assustadas", completou.
Lula também disse que "ninguém nesse
país cuidou mais dos gastos públicos" do que ele. Mas ele voltou a
reforçar que não fará ajuste fiscal prejudicando os pobres. "O que eu não
posso é aceitar ideia de acabar com benefício de pobre."
O presidente lembrou que, durante este
governo, foi aprovado o novo marco fiscal e uma reforma tributária. "O que
a gente não pode abrir mão é melhorar a vida do povo brasileiro. Se alguém
estiver aplicando mal o dinheiro, a gente para. Porque também não vamos jogar
dinheiro fora", afirmou, ao se referir à agenda de revisão de gastos.
Ainda durante a entrevista, Lula falou que não fica "estressado" com essas cobranças, porque já foi presidente da República. "Eu já vivi a crise de 2008, quando as pessoas disseram que o mundo iria acabar. Eu fui [naquela época] à TV pedir para as pessoas consumirem."
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