É um escândalo!!!
O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, no dia 04 de julho de 2012, afirmou em encontro com empresários em São Paulo, promovido pelo LIDE (grupo de Líderes empresariais que “Passar [os gastos públicos com educação] para 10% do PIB de forma tempestiva põe em risco as contas pública. Isso não vai beneficiar a educação, vai quebrar o Estado brasileiro”. (Folha de São Paulo, página A8 – poder)
Triste é o país onde um Ministro da Fazenda pode falar isso sem ser demitido, ou pior, é mais triste e absurdo ainda, que tal afirmação tenha possibilidade de fazer algum sentido, talvez até mesmo guardar alguma coerência, embora perversa.
Se investir 10% do PIB (vejam bem: não é do orçamento público) em educação pode de alguma maneira quebrar o Estado e, obviamente, por tabela, toda a economia nacional, é porque este mesmo Estado não tem como prioridade a educação. Se hoje seria tempestivo investir em educação, quando seria adequado e apropriado?
Aí vem outra afirmação do Ministro, no mesmo evento para empresários: “Vocês tem que aumentar a produtividade com inovação tecnológica. Cada um tem sua responsabilidade a fazer.” É mais que sabido que não há ou haverá inovação tecnológica sem investimento maciço em educação, e não em qualquer educação ou na simples massificação do ensino, mas também e principalmente na educação de qualidade, em formação de pesquisadores, engenheiros de alto desempenho, cientistas, implantação de laboratórios de ponta, intensificação de intercâmbios internacionais, etc, etc, etc.
Será que o Ministro poderia apresentar, para ilustrar suas brilhantes e, supomos, bem estudadas opiniões, algum país que quebrou sua economia por investir em educação?
Ou indicar empresas que sejam referência em inovação que não tenham em seus quadros profissionais altamente qualificados, os quais por anos e anos tiveram educação do mais alto nível?
Para o Ministro, investir em educação pode quebrar o estado, mas gastar em pagamento de juros estratosféricos, tudo bem. Como tem sido assim com todos os últimos Ministros da Fazenda, presidentes do Banco Central e Presidentes da República, o problema parece não estar nos mandatários à frente do Estado brasileiro, mas na essência do próprio Estado.
A tarefa então é reformá-lo, para que investir em educação e em outras áreas de interesse popular, como saúde pública, transporte coletivo, segurança, emprego, dente outras, não o coloque em risco de falência.
Urbano Patto é Arquiteto-Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, Secretário do Partido Popular Socialista - PPS - de Taubaté e membro Conselho Fiscal do PPS do Estado de São Paulo. Comentários, sugestões e críticas para urbanopatto@hotmail.com
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