João Magno e Paulo Rocha afirmam que dinheiro pagou contas de campanha
Thiago Herdy, André de Souza
BRASÍLIA -Os advogados dos ex-deputados federais João Magno (PT-MG) e Paulo Rocha (PTPA) e da ex-funcionária da Câmara Anita Leocádia alegaram ontem no plenário do Supremo que os recursos recebidos por meio do esquema financeiro montado por Marcos Valério foram usados para pagar dívidas da campanha de 2002. A estratégia foi a mesma do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares: a de admitir o uso do caixa dois na campanha em vez de compra de apoio político no Congresso, como sustenta a Procuradoria Geral da República.Os petistas são acusados de lavagem de dinheiro. E o crime de caixa dois já está prescrito.
— Parece-me que é prática recorrente uso de caixa dois. É duro falar isso — argumentou o defensor de Rocha, João dos Santos Gomes Filho.
Segundo o advogado, apesar de saber que o dinheiro não era contabilizado, seu cliente acreditava que a origem do dinheiro era lícito.
Ele admitiu o recebimento de R$ 620 mil do esquema de Valério por seu cliente, e não R$ 820 mil, como diz o Ministério Público Federal.
A diferença de valores seria referente a um repasse realizado diretamente ao PSB no Pará, aliado do PT em 2002.
— A acusação sustenta que ele (Rocha) sabia da origem ilícita dos valores, mas não demonstra. (...) O dinheiro não foi para o Paulo. Foi para pagar as contas — disse o advogado.
O advogado de João Magno, Wellington Valente, foi na mesma linha: — Peço sem medo de errar: absolvam o senhor João Magno de Moura, porque se tem um dos 38 réus aqui que desde o primeiro momento reconheceu o crime de caixa dois, este senhor é o senhor João Magno de Moura — afirmou.
Assim como os colegas, o advogado de Anita, Luís Maximiliano Mota, também criticou o MPF por não ter mencionado um crime anterior à lavagem de dinheiro, regra vigente para tipificação desse tipo de crime na época da denúncia: — Não sei se o contrato entre o PT, BMG e o Banco Rural era frio, quente ou gelado.
O que importa é que Anita não tinha conhecimento desses empréstimos.
Já a defesa do ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP) vinculou os R$ 20 mil sacados por um assessor dele a um adiantamento de recursos para a campanha de 2004.
Segundo o advogado Pierpaolo Bottini, o assessor José Nilson dos Santos pegou o dinheiro para custear campanhas de candidatos a vereador em Santo André.
FONTE: O GLOBO
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