Ayres Britto diz que Supremo julgou com critérios técnicos
No documento de repúdio ao julgamento, a executiva nacional do partido
afirma ainda que o Supremo "fez política claramente ao julgar a ação penal
470" e que, "ao deixar-se contaminar pela pressão de certos meios de
comunicação e sem distanciar-se do processo político eleitoral, não
assegurou-se a necessária isenção que deveria pautar seus julgamentos".
- A partidarização foi a coincidência do julgamento e a forma com que ele se
desenvolveu no curso da campanha eleitoral. Falo também do procurador-geral
(Roberto Gurgel) que se manifestou dizendo que achava importante que o
julgamento influísse nas eleições - disse Rui Falcão.
O texto encerra chamando a militância para se mobilizar em defesa do partido,
mas não convoca os petistas para uma manifestação contra o julgamento ou a
favor de Dirceu, Delúbio e Genoino, que sequer são citados nominalmente na
nota.
- É uma mobilização em defesa das nossas bandeiras, uma delas é a reforma
política, o financiamento público das campanhas eleitorais. Queremos lutar pela
ampliação da liberdade de expressão no país, vamos fazer campanha em torno
disso - disse Rui Falcão.
Falcão afirmou que a nota política não sofreu interferência do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e que o texto foi apresentado a Dirceu e Genoino.
Lula defendeu o adiamento da divulgação do documento para não prejudicar o
partido durante as eleições.
- Eles tomaram conhecimento da nota do PT e acharam que está de bom tamanho
- disse Falcão, sobre Genoino e Dirceu.
Ayres britto defende a corte
Em seu último dia como ministro e presidente da Corte, Ayres Britto defendeu
a forma como o julgamento foi conduzido e disse que não houve partidarização:
- Eu acho que faz parte da liberdade de opinião, da liberdade de expressão
(a nota divulgada pelo PT). Acho que o Supremo julgou com toda tecnicalidade,
com toda a consistência. E aos que dizem que o STF inovou, modificou suas
concepções sobre institutos jurídicos, atos de ofício, cumulação de lavagem de
dinheiro com corrupção passiva, o Supremo não inovou em nada. É que esse caso é
inédito. O novo é o caso. É incomparável. Nunca se viu um caso com 40 réus no
ponto de partida das coisas, com imputação de tantos crimes, 600 testemunhas. O
caso é que é inédito. É novidadeiro, é insimilar.
Fonte: O Globo
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