Prévia do indicador mostra queda de 0,52% em setembro
Vivian Oswald, Cristiane Bonfanti
BRASÍLIA - O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br),
considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto
de bens e serviços produzidos pelo país), mostrou que a economia brasileira
encolheu 0,52% em setembro em comparação a agosto, interrompendo o processo de
retomada da atividade iniciado em abril. Esta é a primeira vez desde abril que
o indicador apresenta um retrocesso na comparação com o mês anterior. O
resultado de ontem também foi a maior queda em 11 meses.
O mau desempenho, que já era esperado pela equipe econômica, não chegou a
preocupar o governo. Isso porque IBC-Br encerrou o terceiro trimestre com uma
alta de 1,15%, contra os três meses anteriores. Para o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, esta é a confirmação de que a economia está em recuperação, pois
o número remete a um crescimento anualizado de 4,7%.
- Em outubro, vamos ter de novo uma elevação, porque o mês tem mais dias
úteis que setembro. A economia está em recuperação, sim. Está crescendo -
disse, ao ressaltar que o resultado final só será conhecido no fim do mês,
quando o IBGE divulgará o crescimento do PIB no terceiro trimestre.
Mas esse ritmo não deve ser mantido no último trimestre do ano, segundo
admitem os próprios técnicos do governo, que já trabalham com a possibilidade
de a expansão do PIB ficar em torno de 1% neste período.
Para o economista-chefe do banco ABC, Luis Otavio Leal, parte da queda da
atividade econômica em setembro se justifica por revisões que o BC fez na série
do IBC-Br e pelo fato de a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) ter inflado os números de agosto. Mas a recuperação ainda não está
garantida, segundo o economista.
- A grande pergunta é se essa é uma recuperação sustentável ou não passa de
um voo de galinha. Por enquanto, a retomada está sendo garantida apenas pelo
consumo. E a única resposta para isso depende dos investimentos, que, no
terceiro trimestre, devem ficar negativos. Essa é a grande pergunta para 2013.
Se vierem, o país poderá crescer 4% em 2013 - disse.
Mantega prevê 4,5% em 2013
Para Mantega, a queda do mês se justifica pelo fato de o mês de setembro ter
sido mais curto do que o anterior.
- Agosto foi um dos meses com maior número de dias úteis, 23 dias úteis. Em
setembro, foram só 19 dias úteis. Então, todos os indicadores caem de 15% a 20%
por causa dos dias úteis - disse.
O ministro da Fazenda, contudo, resolveu arriscar um palpite para o
desempenho da economia a partir do ano que vem, quando estima que o PIB pode se
expandir entre 4% e 4,5%. Para crescer entre 5% e 6% ao ano a partir de 2014,
Mantega destacou que é preciso fazer muito investimento em infraestrutura e
logística.
Fonte:
O Globo
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