BRASÍLIA - Enquanto o PT sai a campo para montar uma força-tarefa, escalando ministros e parlamentares para defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a gestão Dilma Rousseff - e, enfim levantar o moral da própria legenda - a oposição começa a perceber na crise do adversário uma oportunidade para se apre¬sentar ao eleitorado brasileiro como uma alternativa para as eleições de 2014.
O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), avalia que esta é uma oportunidade histórica para conseguir interromper a hegemonia do PT, no poder há três mandatos. "Os opositores terão que saber explorar essa crise com mais veemência. Ou o PSDB engrossa ou não sobe a rampa (do Palácio) do Planalto", resume o senador paranaense. Para ele, o discurso mais importante a ser adotado pelos oposicionistas na próxima eleição presidencial é o da "ruptura com essa fábrica de escândalos".
Dias avalia ainda que vai se diferenciar, junto à opinião pública, quem propuser "o fim do sistema vigente que promove o aparelhamento das instituições e faz do governo um balcão de negócios em benefício dos interesses do PT".
Outra estratégia que o sena¬dor tucano considera essencial a ser adotada na próxima disputa eleitoral é a do candidato que conseguir, independentemente da filiação partidária, apresentar-se como gestor eficiente do Poder Executivo porque, apesar da alta popularidade da presidente, a avaliação de serviços básicos como saúde, educação e segurança pública não agradam à população atualmente. Ele também ad¬mite, nesse cenário de 2014, a possibilidade de surgirem mais partidos lançando candidaturas próprias - entre elas o PSB, o PV e o PPS.
Receita. Segundo o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), a melhor maneira de aproveitar o desgaste do PT é afinando, desde já, o discurso em torno de um postulante independente já no início do ano que vem, trabalhando sobre um projeto de governo criativo e baseado no conceito do "novo".
Em reunião de tucanos na semana passada, o senador e pré-candidato à Presidência Aécio Neves (MG) já lançou mão de um discurso pautado na ética e na moralização do poder público. Aécio foi apoiado em sua oratória pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que atacou a competência da gestão petista, destacando os feitos de sua administração.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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