Raphael Di Cunto
BRASÍLIA - Oito partidos já definiram a troca de líderes na Câmara dos Deputados para 2014 e pelo menos outros dois tendem a mudar o comando da bancada a partir de fevereiro, mostra levantamento do Valor nos registros da Casa e com a assessoria das legendas. Na maioria dos casos, as trocas serão oficializadas hoje, com o fim do recesso.
A exceção é o PR, que fez um acordo para que Anthony Garotinho (RJ), pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, fique até o fim do mês, quando será substituído por Bernardo Santana (MG) - parlamentar que responde a processo penal no Supremo Tribunal Federal (STF) por sonegação fiscal e outros crimes tributários por suposta venda de carvão ilegal.
A função é fundamental no Legislativo. Além de orientar as votações em plenário e discursar em nome do partido nas sessões, é ele quem define, junto com o colégio de líderes, a pauta de projetos que serão discutidos. O líder é quem negocia com o governo e também participa de qualquer comissão, mas sem direito a voto.
Entre os que vão trocar o comando estão três das maiores bancadas. O PT será liderado por Vicentinho (SP), ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O PSD será comandado por Moreira Mendes (RO), que presidiu a Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) em 2012, quando enfrentou o governo no Código Florestal. O PSDB escolheu Antônio Imbassahy (BA), ex-prefeito de Salvador e próximo do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB).
Outros cinco partidos ainda não definiram o novo nome. No PDT, disputam a indicação os deputados Vieira da Cunha (RS), Marcos Rogério (RO) e Félix Mendonça Júnior (BA). O PCdoB discute substituir Manuela D'Ávila (RS), mas não há nome favorito. Já o PSB tende a manter no posto Beto Albuquerque (RS), um dos deputados mais próximos do governador de Pernambuco e candidato do partido à Presidência, Eduardo Campos.
Dez bancadas preferiram manter o atual líder, caso do PMDB, com Eduardo Cunha (RJ), e do PP, com Eduardo da Fonte, que assumiu o posto no fim de 2013, quando a bancada rebelou-se contra a tentativa do então líder, Arthur Lira (AL), de permanecer no cargo por mais um ano. Nesse rol está Jovair Arantes (GO), desde 2007 líder do PTB.
Também deve continuar no posto o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que exerce a função desde março de 2012. O petista participou de reunião na quinta-feira com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e a presidente Dilma Rousseff não dá sinais de que pretende mexer no posto. Já a liderança da minoria será exercida pelo tucano Domingos Sávio (MG), aliado de Aécio Neves, em substituição a Nilson Leitão (PSDB-MT).
No Senado, a tradição é diferente e as bancadas trocam de líderes a cada dois anos, com exceção do PT, que renova a liderança anualmente. O partido ainda discute o substituto de Wellington Dias (PI).
Fonte: Valor Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário