Na revista Política Democrática - Política e Cultura nº 37 (2013), no artigo de Wilson Figueiredo “Conveniências ociosas”, no meio do mandato da presidente Dilma Rousseff — com todos os esses e efes —, o destaque já era a dúvida sobre a margem imprevisível, assim se pode dizer, das candidaturas siamesas dela e de seu patrono do próximo ano.
Não seria bom sinal de reserva de mercado garantir em 2014 o revezamento da dupla por mais um período: senão a reeleição dela, o terceiro mandato dele. Isso não estava escrito nem precisava. Já se pressentem os temores de que, se ocorrerem imprevistos, as duas candidaturas oficiais ocuparem, por falta de alternativa ou da oposição organizada, todo o espaço político na futura sucessão presidencial.
Dilma, candidata à mão, pode reservar-se e manipular o poder. Ou não pode ser Lula? No poder ou alguém nele tocava-o e Lula usufruía os benefícios políticos à sombra de um mandato alheio. Wilson Figueiredo admite muitas hipóteses e poderia dar mais tempo a Lula se isso fosse necessário e se ele quisesse.
A imprensa diária traz matérias abundantes sobre a presidente do Brasil, e o ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto, na Folha de S. Paulo, sob o título “Mercosul”, no 2º parágrafo fala sobre a globalização do sistema produtivo estimulada pela mundialização financeira gestada pela livre movimentação dos capitais e pela facilidade de informação.
No artigo, as nações politicamente independentes são, cada vez mais, peças importantes, mas dispensáveis, na produção global. A falta de uma resposta política eficiente e rápida para os problemas da mundialização seria uma das mais sérias ameaças à democracia.
Na foto divulgada por jornais, Dilma, a presidente, conversa com Fidel Castro, antes de participar de uma cúpula em Havana, para onde ela viajou partindo de Portugal, depois de ir a um restaurante chique de Lisboa, proveniente de Davos, na Suíça. Enquanto isso, em São Paulo, ocorrera um rolezinho, aquele tipo de manifestação muito diferente da resistência de São Paulo contra a ditadura de Getúlio, em 1932.
Fonte: Correio Braziliense
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