- Correio Braziliense
Armadilha eleitoral
O PT começou a ensaiar, no último fim de semana, o discurso para colar a defesa da regulamentação dos conselhos consultivos, da mesma forma que, no passado, usou o mote da privatização. Em todos os discursos na convenção dos petistas que lançou Alexandre Padilha candidato a governador de São Paulo, houve menções ao projeto seguidas de frases do tipo "nossos opositores não gostam do povo, de participação popular".
Da parte da oposição, tudo o que tem sido dito é que o PT não quer a participação popular e sim o aparelhamento. Entre os oposicionistas, ficou a desconfiança de que o decreto da presidente Dilma Rousseff sobre o tema teve o único objetivo de fermentar o discurso eleitoral, uma vez que os conselhos existem desde 1930. Sendo assim, não precisariam de novas medidas para regulamentá-los, o que terminou por provocar desconfianças em relação à vontade do governo de passar por cima do Legislativo.
Batalha tocantinense
A executiva do PMDB está com um problema em mãos: o deputado Júnior Coimbra, que reassume a presidência do partido em Tocantins, ameaça não dar legenda à senadora Kátia Abreu, candidata à reeleição. Kátia se filiou à legenda a convite do vice-presidente Michel Temer para concorrer a um mandato eletivo este ano. Hoje, o comando peemedebista se reunirá em Brasília para tentar resolver esse imbroglio. É a briga do dia.
Início de jogo
A turma da CPMI da Petrobras terá muito o que fazer hoje. É que começaram a desaguar os documentos da empresa e, nesse caso, tanto os oposicionistas quanto os governistas precisam dar plantão em Brasília para avaliar o material. Os congressistas têm dito que, se ficarem ligados apenas na Copa do Mundo, correm o risco de perder lances importantes para investigação. O governo prepara a defesa. A oposição, o ataque.
A esperança dos condenados
Com Ricardo Lewandowski no comando das decisões sobre a Ação Penal 470, o mensalão, os advogados dos réus comentavam à boca pequena ter muito mais esperança de trabalho externo, prisão domiciliar e por aí vai.
A esperança dos que trabalham
Os poucos políticos que não conseguem ficar relax em temporadas de calmaria no Congresso — eles existem, acredite! — avaliam que o Congresso só terá alguma atividade mais produtiva na primeira quinzena de julho. É quando o número de jogos da Copa será menor e haverá mais dias entre um e outro. Até lá, só enrolação, uma coisa aqui, outra ali, sem muita intensidade.
A alavanca de Rui Costa
Lula e Dilma Rousseff entrarão de braços dados à convenção que lançará Rui Costa à sucessão do governador Jaques Wagner, na Bahia, em 27 de junho. Assim como em São Paulo, o candidato petista não decolou até aqui e a presença de ambos é considerada fundamental para animar os militantes. Em São Paulo, no entanto, Dilma não compareceu porque tem Paulo Skaf como um candidato a governador aliado. Em solo baiano, ela só tem Rui Costa para chamar de seu. Geddel Vieira Lima, do PMDB, será candidato ao Senado e apoiará o tucano Aécio Neves.
CURTIDAS
São-joão de despedida/ A tradicional festa junina do ministro do Tribunal de Contas da União José Jorge, momento de encontro de todas as agremiações partidárias há 29 anos, tem hoje a última edição em Brasília. Ele e a mulher, Socorro, que sempre organiza a festa com todo o capricho e valorização da cultura nordestina, voltam para Pernambuco no fim do ano, quando o ministro se aposenta.
E Biden se encantou.../ Levado por Michel Temer a um tour pela residência oficial da Vice-Presidência da República, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ficou maravilhado com o Palácio do Jaburu. Quis inclusive saber quem era o arquiteto. Soube ali que se tratava de mais um obra de Oscar Niemeyer. No que se refere à relação com o governo Dilma, os diplomatas brasileiros consideram que Biden cumpriu seu objetivo. Quebrar o gelo.
... E conquistou/ De quebra, o vice-presidente norte-americano ainda levou na bagagem a fama de pé-quente, depois que a seleção dos Estados Unidos fez o gol mais rápido da Copa, com menos de um minuto de jogo. Mas, nas conversas por aqui, ele não avançou o sinal nesse campo. Disse que o Brasil era o favorito.
Adeus a Delci/ Responsável pelo corte de cabelo de três em cada quatro autoridades da República, Delci, que ultimamente atendia no salão Fattiney, do Kubistchek Plaza, faleceu ontem pela manhã em São Paulo. Levou com ele histórias que, infelizmente, não teve tempo de contar num livro. A coluna deixa aqui suas condolências à família.
Nenhum comentário:
Postar um comentário