Ao contrário do que tenta fazer crer o lulopetismo, as manifestações contra o governo de Dilma Rousseff realizadas em todo o país no dia 16 de agosto foram expressivas e agravaram ainda mais uma situação já delicada vivida pela presidente da República. Quase 900 mil pessoas foram às ruas em mais de 200 cidades de todas as regiões do país e engrossaram o coro que, pela primeira vez desde que eclodiram os protestos deste ano, teve uma pauta central e muito bem definida: o impeachment de Dilma, além de duros ataques contra o PT e o ex-presidente Lula.
A clara mensagem transmitida pela cidadania nas ruas de todo o Brasil evidencia aquilo que o instituto Datafolha já havia constatado em seu último levantamento. De acordo com a pesquisa, 71% dos brasileiros reprovam o atual governo, enquanto 66% defendem a intervenção constitucional do impeachment. Tudo leva a crer que se trata da crônica de uma morte anunciada, pois a presidente já não governa efetivamente e perdeu a legitimidade junto à população. A sociedade deseja que o país supere a atual ingovernabilidade, o que só será possível com um novo comando e um verdadeiro projeto nacional de desenvolvimento.
As oposições, por sua vez, devem compreender o recado das ruas e se conectar aos anseios da parcela majoritária da população brasileira, que clama pelo fim do governo Dilma. As forças políticas que se opõem democraticamente ao PT têm de estar preparadas para o impeachment da presidente da República, um processo inexorável em função de reiteradas ilegalidades cometidas, entre as quais as “pedaladas fiscais” que configuram um escandaloso crime de responsabilidade. Além disso, há uma série de irregularidades verificadas nas contas da campanha da então candidata Dilma Rousseff em 2014, o que pode levar à sua cassação por crime eleitoral. A situação é tão grave que até alguns petistas já veem o fim antecipado do atual governo como algo positivo para o próprio PT, que poderia se reconstruir.
Não suportamos mais o desmantelo da corrupção, que corrói as instituições e o patrimônio nacional. Precisamos dar um basta no desemprego crescente e na inflação galopante, que são as consequências mais nefastas da irresponsabilidade na condução da política econômica nos últimos 13 anos. Exigimos a punição de todos os criminosos que formaram uma quadrilha e assaltaram a Petrobras, ferindo nosso orgulho, nossa honra, nossa dignidade. Infelizmente, sob o comando de Dilma e do PT, o atoleiro econômico, político e moral no qual o Brasil se meteu só se aprofundará.
Não podemos tolerar uma República de “pixulecos” simbolizada pela imagem mais emblemática das manifestações do último domingo – o boneco inflável de Lula trajando um uniforme de presidiário, que rapidamente ganhou as redes sociais e o mundo. Trata-se de uma crítica ácida e bem-humorada, sem dúvida, mas que resume à perfeição o fim melancólico de uma era e a decadência moral do mais importante líder petista.
Chegou o momento de construirmos um governo mais ético, transparente e comprometido com o interesse nacional. Um governo que aponte novos rumos, resgate a confiança dos brasileiros em seu próprio futuro e recupere a credibilidade perdida pelo país. As ruas falaram novamente, em alto e bom som, e o seu recado não deixa margem para dúvidas. Pacífica e democraticamente, seguindo a Constituição e respeitando as instituições republicanas, o Brasil vai se encontrar com o seu destino e trilhar um novo caminho.
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Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS
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