A mais recente pesquisa do Ibope para medir a popularidade da presidente Dilma Rousseff confirma que a alta rejeição à petista está consolidada em todos os quadrantes do País e em todas as faixas etárias e socioeconômicas. Já não se trata de um efeito do estelionato eleitoral cometido por Dilma, ao mentir descaradamente na campanha que a reelegeu. Passados nove meses desde sua posse, pode-se dizer que a opinião majoritária dos brasileiros acerca de seu desempenho se deve à percepção de que o governo foi entregue a uma amadora, incapaz de conduzir o País em meio à tormenta política e econômica criada em grande parte por sua extraordinária incompetência.
A popularidade de Dilma manteve-se estável entre junho e setembro, segundo o levantamento do Ibope, feito por encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Dos entrevistados, apenas 10% consideram o governo da petista “ótimo” ou “bom” – eram 9% em junho. Já aqueles que julgam o governo “ruim” ou “péssimo” subiram de 68% para 69% – embora a variação tenha ficado dentro da margem de erro, esse porcentual dos que rejeitam Dilma é inédito nos 27 anos em que essa pesquisa é realizada. Todos os demais indicadores também não tiveram alterações significativas entre as duas sondagens. A desaprovação do modo como Dilma governa está em 82%, enquanto 77% dizem não confiar na presidente.
A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 21 de setembro e já captou o clima de insegurança gerado pelo rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s. Além disso, as entrevistas foram feitas sob o impacto da proposta de retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), tábua de salvação de um governo que não consegue fechar as contas sem esfolar ainda mais o contribuinte. Ou seja, as dúvidas sobre a incúria de Dilma transformaram-se em certezas diante desses e de outros fatos que atestam a falência, inclusive moral, do governo da petista. A pesquisa só faz corroborar o ar de fim de feira que há meses emana do Planalto.
Não é à toa que chegam a 90% os que desaprovam a política de impostos de Dilma, fazendo desta a área com pior avaliação de seu governo, exatamente com o mesmo porcentual nas três últimas pesquisas. Em seguida vem a política de juros, com 89% de desaprovação. Também receberam muitas menções negativas a saúde (84%), o combate ao desemprego (83%), o combate à inflação (83%) e a educação (73%).
As áreas em que Dilma consegue desempenho um pouco melhor são justamente aquelas sobre as quais o marketing petista tanto martelou nos últimos anos. Para 29% dos entrevistados, Dilma vai bem no combate à fome e à pobreza, ainda que não se saiba, exatamente, como a inflação em disparada e o desemprego crescente, obras incontestáveis do governo Dilma, possam ser úteis para ajudar a enfrentar a miséria. No entanto, são cada vez menos encontradiços aqueles que ainda caem na esparrela da “justiça social” petista: saltaram de 34% em 2012 para 68% agora aqueles que criticam o governo de Dilma também nessa área.
Assim, na opinião quase unânime dos brasileiros, pouco se salva de uma administração fadada a passar à história nacional como a mais inepta de todos os tempos. Mesmo entre aqueles que votaram em Dilma, 62% dizem não confiar na presidente – eram 15% em dezembro de 2014, quando a petista ainda desfrutava das glórias de sua vitória. Também entre os eleitores da presidente, 70% desaprovam sua maneira de governar, ante 14% em dezembro.
A perspectiva para o restante de seu mandato é coerente com esse clima sombrio. Para 82% dos entrevistados, o segundo governo de Dilma está sendo pior do que o primeiro – e nada menos que 62% consideram que os próximos três anos, se a petista conseguir chegar até lá, serão de suplício.
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