• O líder do PMDB negou que o partido esteja dividido e disse ter 'certeza' de que o governo conta com muito mais de dois terços de apoio entre os parlamentares da bancada
Carla Araújo e Daniel Carvalho - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), afirmou nesta quinta-feira, 1, que o compromisso do partido com o governo Dilma Rousseff, já que a sigla será contemplada com sete pastas na reforma ministerial, é "continuar na base". Ele minimizou o manifesto divulgado por parte da bancada criticando a "barganha" por cargos. "O PMDB tem o compromisso de estar na base do governo, como esteve no primeiro mandato e como continuará no desenrolar no segundo mandato", afirmou. "O PMDB, mesmo sem cargos, sem a bancada se sentir representada nos ministérios, apoiou maciçamente as medidas do ajuste fiscal e continuará agora", afirmou.
O líder do PMDB negou que o partido esteja dividido e disse ter "certeza" de que o governo conta com muito mais de dois terços de apoio entre os parlamentares da bancada. "Não há divisão. A maioria expressiva da bancada se posicionou no sentido de apoiar o governo, apoiar os nomes (indicados na reforma ministerial) e evidentemente cabe ao líder expressar a posição da maioria", disse, ressaltando que "20 deputados não é a maioria da bancada do PMDB".
Mais cedo, um grupo de 22 dos 66 deputados do PMDB divulgou um manifesto no qual se declaram contrários à indicação de ministros do partido na reforma administrativa que será anunciada em breve pela presidente Dilma Rousseff. A expectativa é que a legenda fique com sete pastas no novo modelo. "Nosso posicionamento em plenário não dependerá desse tipo de barganha por cargos", escreveram. A posição fortalece a visão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que hoje voltou a dizer que defende a saída da sigla da administração federal e afirmou que a negociação o constrangia.
Picciani disse que, após a divulgação do manifesto, foi procurado por alguns deputados recuando da posição adotada. "Recebi informe de vários deputados recuando porque entenderam de forma adversa (o manifesto), não como contraponto a bancada e sim como critica construtiva", disse.
Segundo o líder do PDMB, a posição que vale do partido é a que foi tomada na reunião da bancada. "Posso até julgar inadequado que aqueles que perderam na bancada queiram fazer debates fora da bancada, mas não me cabe falar sobre isso", disse.
Questionado se pode haver algum tipo de enquadramento aos deputados que assinaram o manifesto, o líder do partido disse que "a própria maioria da bancada vai cobrar coerência na posição de cada um". "Não dá para deliberar na bancada e só aceitar quando sua posição é vitoriosa e quando perde vem tentar outro tipo de movimento", criticou.
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