- O Globo
Alguém que seja amigo do prefeito do Rio avise a Eduardo Paes que ele perde reputação cada vez que sai em defesa do seu candidato Pedro Paulo, porque ele se revela nos argumentos que usa.
Agressão contra mulher não é um problema pessoal. É de fato e de direito um crime e, portanto, de interesse coletivo. É velha como o machismo a ideia de que em briga de marido e mulher não se mete a colher.
Não interessam as circunstâncias, não há atenuante, quem acha que resolve qualquer problema do casal atacando fisicamente a mulher é uma pessoa condenável. Até porque a violência como argumento é condenável seja quem for que estiver envolvido.
O prefeito insiste, e ainda usa esses argumentos toscos de que as “brigas” são problema dele, Pedro Paulo. E diz, como fez no GLOBO de domingo, que “aconteceu entre quatro paredes, não se sabem as circunstâncias”. Ao fazer isso, Eduardo Paes consome o capital que construiu de imagem de político jovem e com ideias atualizadas. Esta é velha, velha.
Paes tem ambições, muitas, e, em cada campanha que fizer, isso lhe será cobrado. Seu candidato está condenado, sem salvação, mas o fato mais relevante é que Eduardo Paes se enfraquece a cada defesa que faz e mostra a cara de um político que ainda não entendeu a gravidade da questão da mulher. Nós lutamos, caro prefeito, para vencer séculos de discriminação e violência, uma História inteira de ofensas e submissão.
A violência dita doméstica é pública, nos diz respeito e é inaceitável. Achar que o que acontece entre quatro paredes não é crime, não é uma questão pública, é uma atitude reveladora de desprezo pela mulher, sua causa, sua luta.
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