• Objetivo da medida é barrar a articulação de peemedebistas do Rio de Janeiro e do Planalto para trazer novos parlamentares à legenda e tentar reconduzir Leonardo Picciani à liderança do partido; assessoria do vice afirma ainda não haver decisão sobre o tema
Igor Gadelha - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, determinou que as novas filiações de deputados à sigla deverão ser aprovadas pela Executiva Nacional, afirmou nesta sexta-feira, 10, o novo líder do partido na Câmara, Leonardo Quintão (MG). A assessoria de Temer confirmou discussões sobre o assunto mas informou que ainda não há decisão.
O objetivo da medida é barrar a articulação do PMDB do Rio de Janeiro e do Planalto para trazer novos parlamentares à legenda e tentar reconduzir Leonardo Picciani (RJ) à liderança do partido.
Picciani e ministros do núcleo duro do governo Dilma Rousseff estão articulando a ida de deputados de outros partidos, como o PR, para o PMDB, para que a ala pró-governo consiga retomar a liderança da sigla na Casa. Em alguns casos, segundo apurou a reportagem, a mudança de legenda seria apenas temporária. Em outra linha de frente, a bancada carioca também articula o retorno de deputados ligados a Picciani que estavam licenciados.
"O vice-presidente Temer já fechou o cerco e determinou que qualquer deputado que se filiar ao partido vai ter que passar pela aprovação da Executiva Nacional", afirmou Quintão ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. O novo líder do PMDB disse que está acompanhando de perto a movimentação de Picciani para tentar conseguir maioria e voltar a ser líder do partido novamente. "Já fritei o peixe, agora estou vigiando o gato", disse o parlamentar mineiro.
Destituição. Picciani foi destituído do cargo na quarta-feira, 9, após um grupo de deputados do PMDB protocolar uma lista com 35 assinaturas pedindo a indicação de Quintão para a liderança. O movimento, avalizado por Temer, começou na última segunda-feira, 7, após Picciani se recusar a indicar peemedebistas pró-impeachment para ajudar a compor as oito vagas a que o partido terá direito na Comissão Especial sobre o impedimento de Dilma.
Em entrevista ainda ontem, Picciani sinalizou que está se articulando para voltar ao cargo. Nessa quarta-feira, o deputado Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ), filho do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, deixou a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado do Rio e retomou seu mandato na Câmara. A ideia é que o secretário da coordenação de governo do Rio, Pedro Paulo (PMDB), também seja exonerado e retorne à Câmara.
O presidente da Câmara também confirmou nesta quinta-feira ao Broadcast Político a determinação de Temer sobre as novas filiações.
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